Mais um catastrofista aparece para prever o apocalipse que nós, brasileiros, estamos prestes a colocar em marcha. Desta vez é a matéria “Não vai faltar petróleo?”, publicada nesta quinta-feira (15) no Brasil 247 e assinada por Jean Marc Von Der Weid.
Vêm ressurgindo de uns tempos para cá os novos profetas do fim do mundo. Sim, e é tudo culpa do Brasil. Os peixes vão morrer, as florestas vão secar, a chuva não vai chover, porque a Petrobrás pretende explorar petróleo em águas profundas na Margem Equatorial.
É curioso, na Guiana, na Margem Equatorial, estão extraindo petróleo e nem por isso o céu ficou carregado de nuvens. Os ecologistas dormiam em berço esplêndido enquanto QatarEnergy, TotalEnergies, Tullow Oil, Repsol, Frontera Energy Corporation, Ratio Petroleum Energy, CGX Energy, JHI Associates e Cataleya Energy Corporation faziam estudos na região. Até que a Petrobrás resolveu fazer seus estudos para perfuração em águas profundas a 530 km da Foz do Amazonas. Pronto. Eis que fim dos tempos já aparece no horizonte.
O autor do artigo no Brasil 247 diz que “É fundamental discutir a afirmação da abundância de petróleo nas próximas décadas, se ela é crível ou não”. Certo, podemos perguntar, mas qual é a conclusão? Melhor deixar o petróleo lá? Seria como termos uma mina de ouro no quintal e não a explorarmos porque um dia o ouro vai acabar.
Von der Weid se diz “seriamente preocupado com a inacreditável falta de noção de economistas, especialistas em petróleo e políticos (…) defendendo a exploração de petróleo nas águas territoriais do Amapá. [Pois] segundo todos eles, o petróleo ainda vai ser dominante na matriz energética mundial nos próximos 40 a 50 anos e que temos que aproveitar esta riqueza”.
O autor não crê que haja abundância, e que “um eventual esgotamento na oferta de petróleo terá um efeito catastrófico para a nossa (e do mundo) economia e população”. E qual seria a diferença entre o petróleo acabar e ter o petróleo e não explorá-lo? O efeito é o mesmo, ou talvez pior, pois seria como se esse recurso tivesse acabado hoje, e não em quatro ou cinco décadas. – (grifo nosso).
A matéria diz que “Em 2003, a Agência Internacional de Energia (AIE) fez esta afirmação agora repetida por muitos aqui no Brasil: não vai faltar petróleo nos próximos 40 anos. Mas o cálculo não levava em conta a crescente demanda por petróleo e, se esta continuasse na média da década anterior, o balanço de oferta e demanda se romperia em 25 anos”. Como estamos vendo, essa matéria segue a tendência de que algo de terrível está por acontecer. É importante manter as pessoas com medo.
Lista de impossibilidades
O texto segue por uma infinidade de dados, diz que não se pode extrair petróleo das reservas até a última gota. Que o petróleo de extraído de xisto e o uso de biocombustíveis adiou a crise por 10 anos.
Ou ainda: “Em 2018, a AIE advertiu que os novos poços previstos para entrar em operação representariam a metade do necessário para equilibrar o mercado”. E mais “é provável que os petroleiros percam seu apetite pelo petróleo mais rapidamente que os consumidores de todo o mundo” e “veremos, em breve, novos ciclos de preços e riscos na segurança energética”. Que “Em 2018, o banco americano Goldman Sachs anunciou: ‘haverá, ao longo do decênio 2020/2030, uma evidente falta física de petróleo’”.
Enfim, é difícil alguém ler a matéria sem sentir vontade de cortar os pulsos ou se atirar da janela, pois “Os mais otimistas se limitam a dizer que os dias do petróleo barato acabou. Os realistas dizem que é pior do que isso, alcançamos os limites físicos de produção”.
O articulista diz que “o Brasil vive um negacionismo absurdo ao não enfrentar a crise desde já. Na verdade, mesmo se adotarmos políticas radicais de substituição dos combustíveis fósseis, ainda seriamos apanhados pela penúria energética nos próximos anos”. No entanto, afirma que se continuarmos do jeito que as coisas estão, será ainda pior no futuro.
Essa história de “substituição dos combustíveis fósseis” já tratamos aqui, mas não custa repetir, é apenas um projeto, uma coisa que será viável em algumas décadas. O uso de energia eólica, solar, necessitam de um enorme uso de petróleo para produzir os equipamentos, e ainda existe a questão de como se armazenar a energia, o que é feito normalmente com o uso de baterias, como as de lítio, que são inflamáveis e altamente tóxicas. Os países mais adiantados no uso de fontes alternativas de energia, como a Alemanha, provaram que isso não passa de propaganda, pois sentiram na pele o que é ficar sem o gás natural russo, em falta por conta das sanções que a Rússia vem sofrendo devido ao conflito na Ucrânia.
A fome
Completando o quadro apocalíptico, o autor da matéria diz que se Brasil também tentar controlar a exportação de petróleo a coisa poderá não passar de um prolongamento da agonia. “Os preços do petróleo vão disparar, lançando uma crise inflacionária pesada que vai ser sentida nos custos de transporte e no custo da alimentação”.
Sim, o petróleo é essencial para a produção de alimentos, seja para movimentar máquinas, produzir fertilizantes, defensivos agrícolas etc. Ou seja, não bastavam as calamidades todas e temos agora que necessitamos “para a crise alimentar que vai chegar em breve”.
O final, não do mundo, mas da matéria, é um pouco decepcionante porque termina como já era de se esperar, afirmando que “a transição para a agroecologia e para a agricultura familiar passa a ser uma imposição no curto prazo”.
Agroecologia é outra peça de propaganda, o Sri Lanka caiu nesse conto do vigário e quase entrou em uma guerra civil devido à fome em 2022. Pois o país passou a utilizar uma agricultura totalmente orgânica.
Dominar pelo medo
Esse artigo vem se somar a outros tantos em tom catastrófico, como a falas da ministra Marina Silva, ligada a George Soros, que tenta nos fazer crer que a exploração de petróleo no mar, no extremo norte, pode até secar nossos rios.
As pessoas precisam se perguntar de onde saíram esses sacerdotes, profetas e profetizas do final dos tempos, e devemos dizer que eles são fruto de um longo trabalho do imperialismo para barrar o desenvolvimento dos países atrasados.
O imperialismo investe milhões de dólares são gastos em financiamento de ONGs que nada mais são do que entraves para os governos. O imperialismo está apenas garantindo os recursos para utilizarem oportunamente. As grandes potências não querem que o Brasil explore as riquezas que possui, isso elas querem fazer, querem levar tudo de graça, tudo financiado com a miséria do povo brasileiro.