A realização da VII Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) em Buenos Aires, capital da Argentina, no dia 24 de janeiro de 2023, foi marcada pelo retorno do Brasil para esse espaço de articulação dos países oprimidos pelo imperialismo no continente americano.
Havia um verdadeiro vácuo de liderança política na região, ocasionado por conta dos golpe de Estado que foram dados contra os governos populares na década passada e pelo assédio político e econômico aos povos que resistem durante anos, e que não foram golpeados, ou pelos que conseguiram retomar sua soberania. Essa última circunstância, somada ao atraso político e econômico, pelo desenvolvimento tardio dos países da região, ganha uma relevante magnitude, e se torna em um significativo elemento de contenção do desenvolvimento de um efetivo protagonismo que faça frente ao imperialismo de uma maneira mais robusta.
O Brasil, por ser uma das maiores economias do mundo, além de sempre ter destaque no que toca a questão das relações internacionais e uma classe trabalhadora com gigantescas organizações, tem condições objetivas de assumir a responsabilidade desse protagonismo.
Essa circunstância atual é de suma importância para iniciar uma verdadeira ofensiva contra a Organização dos Estados Americanos (OEA), que nada mais é do que o Ministério das Colônias dos EUA.
O Brasil através do BNDES deve firmar parceria com a Argentina na construção de um gasoduto no país irmão, que além de gerar benefícios para o povo argentino, vai criar empregos no Brasil e trazer retorno para nossas empresas, no setor de engenharia. Além disso o gasoduto também terá o objetivo de fornecer gás mais barato para o Brasil e garantir o aumento da autossuficiência energética da Argentina.
Outro ponto importante que o governo brasileiro vem dialogando com os países latino-americanos é a possibilidade de criação de uma moeda comum para negociações na região, buscando fugir da dependência do dólar.
No campo da ciência, tecnologia e inovação, a ministra da pasta brasileira, Luciana Santos, fechou um acordo de cooperação na área, sendo um dos pontos a questão de pesquisas nucleares. Diante da crise econômica mundial que tem atingido em cheio países europeus e os EUA, os países latino-americanos precisam aproveitar o momento histórico para fortalecer nossa independência econômica e a solidariedade entre os povos, para reduzir a intervenção do imperialismo na região e garantir nossa soberania. E nesse momento histórico, o Brasil, como país de maior capacidade política e econômica, deve assumir a dianteira do processo.