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Sectarismo

O identitarismo mostra sua hostilidade contra o povo

Assessora de Anielle Franco dá munição para direita e indispõe governo diante de milhões de pessoas

A chefe da assessoria especial de Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, revelou, em postagem em seu Instagram pessoal, porque o identitarismo é tão deslocado do povo.

Acompanhando a ministra em viagem a São Paulo para participar da premiação da final da Copa do Brasil no estádio do Morumbi, Marcelle Decothé publicou uma foto de dentro do estádio com o seguinte comentário:

“Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade… Pior de tudo de pauliste” (mantivemos a grafia original em “identitarês” para reforçar o ridículo do caso).

O que temos aqui é um membro do governo se indispondo publicamente com cerca de 20 milhões de pessoas, número estimado de torcedores do São Paulo, terceira maior torcida do País. Mas não basta se indispor com a torcida são-paulina, a chefe de assessoria de Anielle Franco se indispôs com a população do estado mais populoso do Brasil. Nisso, podemos acrescentar mais cerca de 44,5 milhões de pessoas.

O identitarismo revela ser uma ideologia religiosa, extremamente sectária. É interessante que uma pessoa com cargo de confiança num ministério cujo nome é da “Igualdade racial”, que foi para um evento supostamente promover a tal igualdade, com tudo pago pelo governo, tenha uma política que reforça as desigualdades.

Marcelle Decothé (nome bastante afrancesado para quem diz não gostar de europeu) revela que não tem a menor ideia do que está falando. Revela, também, que não é apta a trabalhar nesse ministério, já que deveria conhecer o povo brasileiro.

Primeiro, a assessora se diz flamenguista, mas provavelmente não conhece nada de futebol. Ela não sabe, por exemplo, que a torcida do Flamengo, com o apoio das torcidas organizadas do São Paulo, fizeram protestos para abaixar os preços dos jogos do Flamengo no Maracanã. Além do preço exorbitante, o que é um problema em si, a maior crítica da própria torcida flamenguista é a de que o estádio estava repleto de torcedores almofadinhas que justamente não sabem cantar.

Se a assessora de Anielle Franco conhecesse o próprio time que diz ser torcedora, ela poderia, ao invés de hostilizar a torcida do São Paulo, denunciar o que a diretoria bolsonarista do Flamengo está fazendo com o clube e com a própria torcida. Ela também não deve saber que a diretoria do Flamengo está deliberadamente sabotando a participação das torcidas organizadas.

Já a torcida do São Paulo, que ela diz não cantar e ser “europeia”, está sendo reconhecida por todos como uma torcida popular. Por vários motivos políticos e da história recente do clube que não convém entrar aqui. Além de tudo isso, as torcidas organizadas do São Paulo, como falamos, apoiaram os protestos dos flamenguistas por um Maracanã mais popular.

Pelo jeito, os torcedores organizados do São Paulo e do Flamengo têm muito mais consciência e estão fazendo muito mais pela “igualdade racial” racial do que a assessora de Anielle Franco.

No alto de seu desconhecimento de futebol, Marcelle Decothé deve ter ouvido falar que a torcida do São Paulo é “de elite” e, como ela diz, da “elite paulista”. A coitada acreditou na história e foi reproduzir a ideia em sua rede social, passando bastante vergonha. Ela ignora que essa torcida de “elite”, como dissemos acima, é a terceira maior do Brasil, o que chega a cerca de 20 milhões de pessoas. Falar isso de qualquer torcida, mesmo a de times considerados pequenos, é uma besteira, já que o caráter muito popular do futebol acabou popularizando as torcidas. Mas falar isso da terceira maior torcida do País é ainda mais absurdo e ridículo.

Ainda do alto de sua ignorância, a assessora de Anielle deve ter ouvido falar que o estado de São Paulo é composto por “brancos europeus”. Nova vergonha! Ela não sabe que o maior estado do país é composto por negros, nordestinos, nortistas, imigrantes africanos, orientais, muçulmanos, italianos. Se tem um estado com o qual uma pessoa devesse se preocupar com a igualdade racial é São Paulo. No entanto, a ignorante sectária prefere hostilizar a população de 44,5 milhões.

O identitarismo é uma ideologia que está distante da população. Mais do que isso, é uma ideologia hostil ao povo. O comportamento da assessora de Anielle mostra que esses ministros identitários no governo Lula estão sabotando o governo. O comentário da assessora apenas vai dar munição para a direita atacar o governo. Só serve para indispor uma parte da população com o governo.

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