Em entrevista ao jornal Financial Times, um dos principais meios de informação dos capitalistas financeiros nos Estados Unidos, o fundador do fundo de Hedge Citadel, Ken Griffin, investidor de renome, afirmou que a quebra do Silicon Valley Bank (SVB), a segunda maior quebra bancária da história dos EUA, represente o “capitalismo americano quebrando diante de nossos olhos”.
O mesmo jornal que, quando noticiou pela primeira vez a falência do Silicon Valley Bank, afirmou que não havia com o que se preocupar, agora muda o tom à medida que um segundo banco norte-americano acompanha o processo de falência do Silicon e, além disso, um enorme pânico toma conta das principais bolsas de valores do mundo, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa.
“Os EUA deveriam ser uma economia capitalista, e isso está desmoronando diante de nossos olhos”, disse Griffin ao criticar a ação do governo em resgatar totalmente os depositantes, uma demonstração da enorme proporção da crise.
O SVB foi fechado nesta sexta-feira após os clientes correrem para sacar US$ 42 bilhões – um quarto de seus depósitos totais – acompanhando o pacote de resgate aprovado pelo governo imperialista. Se Griffin mantém em oposição ao pacote, Bill Ackman, outro importante investidor norte-americano, apela para o governo para salvar o mais rápido possível os depósitos de todos ligados ao SVB temendo uma quebra na economia norte-americana, como um efeito em cascata.
O caos tomou conta do mercado financeiro. O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que uma crise como de 2008, ou até maior, está prestes a estourar, e agora a imprensa burguesa se desespera em buscar um culpado para a falência de um dos principais bancos norte-americanos. Joe Biden, presidente dos EUA, chegou precisar ir a publico afirmar que os bancos são seguros. Porém, em todo mundo, as notícias pontuam que as empresas asiáticas perderam a confiança nos bancos norte-americanos.
Já na Espanha, França e Inglaterra, as respectivas bolsas de valores iniciaram a semana em uma violenta queda com o anúncio da falência do SVB. O fato é que o enorme número de conglomerados financeiros ligados ao banco, como outros importantes bancos mundiais, a crise tende a provocar um efeito avassalador sobre todo o sistema financeiro global.
O governo dos EUA busca a todo custo remediar a crise, pôr panos quentes em uma situação cada vez mais drástica. Em meio ao escalar dos conflitos bélicos, o imperialismo se demonstra cada vez, como todo sistema capitalista, em profunda crise.