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Futebol nacional

O ‘argumento da grana’ vale para qualquer time

Na obsessão em derrubar Fernando Diniz para emplacar um técnico estrangeiro, Casagrande desconsidera um fator primordial no futebol atual: a grana.

Casagrande, o comentarista do imperialismo contra o futebol brasileiro, na contramão de qualquer análise realmente futebolística, coerente, escreveu mais um de seus artigos fora da lógica, intitulado “Por que argumento da grana só vale para o Flu e não para Fla e Palmeiras?”.

Casagrande afirmou que “o Flamengo e o Palmeiras foram muito melhores nas finais que disputaram contra equipes com dinheiro discutível e só agora esse tema surgiu? Gente, o Fluminense formou um bom time, com um esquema que aqui funcionou pela deficiência técnica dos times daqui.”

Deste modo, Casagrande tenta desvirtuar uma velha discussão no futebol, que é justamente o dinheiro. O chamado “mercado da bola” é um tema quente no Brasil nas férias e pré-temporada, rendendo grandes audiências nos programas esportivos e jornais, e boas discussões entre torcedores nos bares e no trabalho. Portanto, Casagrande está sendo mentiroso ao afirmar que nunca discutimos dinheiro no futebol, aqui no Brasil.

O futebol é o esporte mais imprevisível em termos de resultado, porém, a cada ano que passa, com os investimentos cada vez maiores, essa “imprevisibilidade” vai diminuindo. Clubes de futebol, especialmente europeus, formam verdadeiros selecionados compostos pelos melhores jogadores brasileiros, do restante da América do Sul e da África. Os salários pagos por clubes europeus, e até chineses, norte-americanos e sauditas são impossíveis de praticar nos países atrasados, levando a permanente exportação de talentos.

Na sexta-feira (22), na final do Mundial de Clubes da Fifa, o inglês Manchester City venceu o brasileiro Fluminense por 4 a 0 no estádio do rei Adbula, na Arábia Saudita. O Fluminense, sob o comando de Fernando Diniz, fez uma bela campanha na Libertadores conquistando o título, depois venceu o Al-Ahly do Egito e chegou à final do campeonato mundial.

É impossível negar o peso do fator econômico sob a disputa. O Fluminense tem um valor de mercado estimado em R$574 milhões, já o valor do City é estimado em R$7 bilhões. Uma diferença abissal, que importa muito no resultado.

Aqui também é preciso lembrar da Lei Bosman, de 1995, que permitiu o aumento do número de estrangeiros nos clubes europeus. Antes da criação da lei, o resultado das disputas do Mundial era de 20 vitórias para a América do Sul e 13 para a Europa. Depois da lei, o jogo inverteu, são seis para a América do Sul e 23 para a Europa.

É possível, ainda, fazer uma análise por décadas: em 1960, América do Sul 6 – Europa 4; 1970, América do Sul 4 – Europa 4; 1980, América do Sul 7 – Europa 3; 1990, América do Sul 3 – Europa 7; 2000, América do Sul 3 – Europa 7; 2010, América do Sul 1 – Europa 9; 2020, América do Sul 0 – Europa 3.

A virada se deu na década de 1990 e a situação da América do Sul ficou cada vez pior com o passar do tempo.

Cada vez mais o futebol mundial se apoiará no dinheiro e no poder dos capitalistas no esporte, juntando-se a isto as “casas de apostas” virtuais, manobradas pelo poder do dinheiro, que também suborna jogadores e árbitros, conforme as centenas de denúncias que aparecem na imprensa.

Tudo o que Casagrande tenta fazer é retirar a influência do imperialismo no futebol e seus resultados, bem como atacar o melhor treinador brasileiro, técnico da Seleção, Fernando Diniz. Os ataques de Casagrande chegam a beirar a irracionalidade, pois não se contrapõe do ponto de vista de uma análise estratégica e tática, mas na desqualificação do padrão de jogo, que é algo que todo torcedor deseja. Para isto Casagrande se vale até mesmo do uso de comparativos com outros esportes: “em todos os esportes individuais ou coletivos existem diversas estratégias diferentes para se vencer”.

Todo artigo contra o Diniz visa a um objetivo: desmoralizar o futebol brasileiro a partir da sua forma de jogo, a mesma forma que levou Diniz a ser campeão da Libertadores.

Casagrande, após longa exposição de críticas contra Diniz, pergunta: “Se o Fluminense tivesse sido campeão, a questão do dinheiro árabe do City iria aparecer? Claro que não. Uma boa parte da imprensa iria dizer que Diniz era um gênio e que havia vencido Pep Guardiola e tudo mais. Vamos lá, só dinheiro deles vem de uma forma suspeita?”

Claro que sim, mesmo que o Fluminense fosse campeão, a questão do dinheiro apareceria. O torcedor comemoraria ainda mais, sabendo que venceu um time bilionário. Ou seja, mesmo vencendo, o dinheiro no futebol sempre será levantado. E deve ser levantado, pois revela a desigualdade no futebol, e é assim em praticamente todas as atividades humanas.

Mas Casagrande foca no essencial: cavar um técnico estrangeiro para a Seleção. 

“Enfim, o Fluminense perdeu de 4 x 0 porque tem jogadores inferiores ao City, menos estrutura, menos grana e também um treinador muito inferior ao Guardiola e a tantos outros que existem no mundo. O Fernando Diniz está longe de ser um grande treinador e, nesse momento, está no lugar de treinador da seleção brasileira, cargo que não deveria ser dele por falta de experiência, por falta de diferentes modos do jogar. Ainda está engatinhando na profissão de treinador de futebol”, afirmou.

Diniz é um grande treinador, mas Casagrande está a serviço do imperialismo, pois como é possível alguém afirmar que Diniz não é um grande treinador? Diniz com sua forma de jogar venceu a Libertadores, um campeonato dificílimo, com um belo futebol. Só mesmo um funcionário do imperialismo para dizer que Diniz não é um grande treinador.

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