Os direitos políticos da classe trabalhadora no Brasil só existem no papel. Basta que alguma pessoa faça algo que contrarie os interesses da burguesia, do imperialismo e dos latifundiários, para que essa pessoa comece a ser perseguida política e judicialmente, ameaçada e muito frequentemente, eliminada fisicamente.
Apesar da vitória eleitoral em 2022, a experiência demonstra que vencer eleições não muda a essência do Estado, que continua sendo um Estado Capitalista. Se o Estado, ente político máximo, é capitalista, nesse sentido os direitos políticos só podem ser tomados fundamentalmente como uma mercadoria, como uma propriedade privada, onde apenas uma minoria de burgueses, latifundiários e burocratas, possuem as condições de adquirir esse privilégio de ter direitos, enquanto a esmagadora maioria da população vive sob uma ditadura do capital onde os instrumentos políticos servem de mediadores para garantir a exploração e exclusão do povo pobre, relegado à ter de viver na miséria e sem direitos.
Recentemente, fomos duramente reprimidos pela Guarda Municipal de Olinda-PE e pela Polícia Militar de Pernambuco, que prenderam 3 dirigentes de nossa organização que estavam em mobilização constituindo as Ocupações 4 de Fevereiro e Hugo Chávez, com o objetivo de garantir moradia para as famílias de trabalhadores que são vítimas da especulação imobiliária e dos governantes que representam os interesses dos capitalistas.
Nos deparamos também com a grande repressão e campanha difamatória da imprensa cartelizada, que busca criminalizar a luta pela terra do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem-Terra (MST), no Estado da Bahia, que realizou a ocupação de três áreas da Suzano Celulose, que tem devastado o meio ambiente e monopolizado a terra, causando enormes prejuízos para o país e aos camponeses.
Além desse ataque, também houve repressão contra o Carnaval Vermelho, que realizou diversas ocupações em territórios rurais e urbanos pelo país, com o objetivo de colocar em pauta a necessidade de realização da reforma agrária e urbana, para acabar com o tormento do retorno da fome no país, combater o monopólio da terra e garantir uma vida digna para a classe trabalhadora.
Sabemos que essa repressão contra as organizações de luta dos trabalhadores não se trata de um raio em céu azul, mas sim uma tentativa de intimidar e de parar a luta dos trabalhadores pelos seus direitos por meio da criminalização do movimento popular e dos representantes dos trabalhadores. Os trabalhadores brasileiros já enfrentaram o golpe militar de 1964 e o golpe de 2016, e nem os ferozes ataques nesses momentos políticos os fizeram abaixar a cabeça e parar a luta por um país soberano, igualitário e socialista.
Nesse sentido, viemos a público por meio desta nota manifestar nossa solidariedade com os companheiros e companheiras que tem sofrido investidas da burguesia e dos latifundiários, afirmar nosso compromisso de defender todos aqueles que são esmagados por esse sistema predatório chamado de capitalismo, destacar que as organizações populares saberão dar prosseguimento na luta pelos direitos dos trabalhadores e contra a propriedade privada, que é o verdadeiro câncer que impede o desenvolvimento do país.
EXECUTIVA NACIONAL DO MNLM