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Hélio Rocha

Possui graduação em Comunicação Social – Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora (2013). Atualmente é repórter de meio ambiente e direitos sociais em Plurale em Revista e correspondente em Pequim.

Discurso de abertura

Na ONU, Lula vai bem, mas silencia sobre a Rússia

A passagem de Lula pela tribuna da Assembleia Geral da ONU traz à comunidade global o que não deveria ser novidade, um chefe de Estado dedicado a resolver os problemas do povo

A passagem de Lula pela tribuna da Assembleia Geral da ONU traz à comunidade global o que não deveria ser novidade, um chefe de Estado dedicado a resolver os problemas da classe trabalhadora em todo o mundo, e não somente discorrer sobre platitudes e prestar vassalagem aos países centrais do grande capital, como fazem a maior parte dos primeiros-ministros, reis e presidentes de todo o mundo. Em conferência com os homens mais poderosos do planeta, dentre eles ele próprio, Lula fez diversos apontamentos sobre os caminhos a serem seguidos pela comunidade global.

O mundo, quando olha para o Brasil, cresce os olhos para a questão ambiental. Seja pela preocupação genuína com o equilíbrio entre a civilização e a natureza, seja pela dissimulação de interesses econômicos na conservação das árvores e tartarugas, o Brasil é sinônimo de meio ambiente. Desta forma, ao tratar da Amazônia e da geração de energias verdes, Lula afirmou: 

“São as populações vulneráveis do Sul Global as mais afetadas pelas perdas e danos causados pela mudança do clima. Os 10% mais ricos da população mundial são responsáveis por quase a metade de todo o carbono lançado na atmosfera. Nós, países em desenvolvimento, não queremos repetir esse modelo No Brasil, já provamos uma vez e vamos provar de novo que um modelo socialmente justo e ambientalmente sustentável é possível […] Somos 50 milhões de sul-americanos amazônidas, cujo futuro depende da ação decisiva e coordenada dos países que detêm soberania sobre os territórios da região.”

Lula, portanto, deixa o caminho do negacionismo do ex-presidente Bolsonaro, mas foge igualmente da flauta de Hamelin dos identitários do mico-leão-dourado, lembrando aos seus pares o que é esquecido, embora pareça óbvio: 50 milhões de pessoas vivem na Amazônia e precisam tirar dela o seu sustento, o que inviabiliza a transformação da floresta num santuário da fauna e da flora. Tem gente lá, no bom português, portanto é preciso que se estabeleça atividades econômicas viáveis, que não façam a população depender de fundos transnacionais e ONGs.

Igual foi o caminho trilhado sobre a questão das minorias: queremos alcançar a igualdade racial na sociedade brasileira por meio de um décimo oitavo objetivo que adotaremos voluntariamente Lançamos o plano Brasil sem Fome, que vai reunir uma série de iniciativas para reduzir a pobreza e a insegurança alimentar.


“Entre elas, está o Bolsa Família, que se tornou referência mundial em programas de transferência de renda para famílias que mantêm suas crianças vacinadas e na escola. Inspirados na brasileira Bertha Lutz, pioneira na defesa da igualdade de gênero na Carta da ONU, aprovamos a lei que torna obrigatória a igualdade salarial entre mulheres e homens no exercício da mesma função. Combateremos o feminicídio e todas as formas de violência contra as mulheres. Seremos rigorosos na defesa dos direitos de grupos LGBTQI+ e pessoas com deficiência. Resgatamos a participação social como ferramenta estratégica para a execução de políticas públicas.”

O presidente, ao que se vê, não citou questões muito frequentes na mídia brasileira, como equiparação entre mulher trans e mulher cis, decisões recentes sobre isso no Supremo Tribunal Federal, punitivismo a crimes de injúria etc. Citou os temas, ao bom grado dos wokes norte-americanos e europeus, mas ateve-se a questões materiais, tais como o Bolsa Família, a paridade salarial, o combate à violência contra as mulheres e populações LBGT. Sempre frisando que as minorias devem ser abordadas como um com o povo, e não como partições do mesmo. 

Em que pese o silêncio em relação ao apoio à Rússia na guerra contra a OTAN, visto que a Rússia é seu grande aliado contra o imperialismo do Ocidente, foi bem ao citar a prisão injusta de Julian Assange. De sua primeira passagem pela ONU no terceiro mandato, percebe-se um ótimo começo. Agora, há de se esperar o que sairá de seu encontro com o títere dos Estados Unidos na guerra, Volodymyr Zelensky. Provavelmente, nada digno de nota, algumas promessas vazias e um seguindo ao lado dos Estados Unidos, o outro ao lado da Rússia. 

A saber…

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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