A pauta ambiental está se tornando uma questão cada vez mais importante na luta política nacional e internacional. No governo Lula, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, financiada por George Soros, já tentou embarreira o desenvolvimento de pesquisas da Petrobrás no litoral norte. Os mais radicais ambientalistas na realidade se colocam contra todo uso de Petróleo. É nesse âmbito que entra a questão das mudanças climáticas, amplamente divulgadas pela esquerda como no texto do MRT publicado no Esquerda Diário: “Recorde da temperatura global: uma prévia da catástrofe prometida pelos patrões e seus Estados”.
O artigo começa com uma longa explicação sobre o aquecimento da tempertura média mundial: “Nos últimos dias, a temperatura média mundial registrou um pico tão repentino quanto elevado. Na sexta-feira, atingiu a máxima histórica para o mês de junho de 16,77°C, ou 0,9°C acima das médias dos anos 1979 a 2000.” É uma tese muito divulgada já, que inclusive está sendo debatida constantemente pelos governos dos países imperialistas. A mudança climática seria um dos motivos para alterar drasticamente a política econômica dos países atrasados, como o Brasil, a Rússia e a China.
Os dados foram retirados do sítio Climate Reanalyzer, ligado ao Instituto do Clima da Universidade de Maine nos EUA. O artigo também cita relatórios da ONU: “Em 2021, um relatório das Nações Unidas estimou que as políticas estatais levariam a um aquecimento de 2,7°C, se implementadas. Uma trajetória que levaria 2 bilhões de pessoas a serem expostas a temperaturas insuportáveis até 2030 e 3,7 bilhões em 2090.” Os grandes expoentes da tese da mudança climática são organizados ligadas ao imperialismo dos EUA e também da Europa. Que coincidentemente expõem soluções especialmente danosas para os demais países do mundo.
Então, depois que a confiável ONU forneceu os dados e informações, o MRT se sente armado para tentar fazer uma análise política da questão: “Resumindo: a burguesia continua poluindo massivamente para acumular lucros cada vez maiores, com a ajuda dos Estados. Diante desse futuro infernal que eles nos prometem, do qual o atual pico de temperatura é apenas uma pequena amostra, é vital puxar o freio de mão da revolução operária e socialista internacional. Uma perspectiva concebível apenas sob a condição de acabar com um sistema capitalista fundamentalmente ecocida, independentemente de quem tenta fazê-lo durar, desde os Estados até as empresas que eles apoiam. Somente a aliança dos trabalhadores e de todos os oprimidos pode possibilitar a construção de uma alternativa, mobilizando aqueles trabalhadores e trabalhadoras que ocupam posições centrais na produção para acabar com um sistema que ataca suas condições de vida e seu meio ambiente, em todo o mundo. Uma constatação que deve ser debatida no movimento climático e na juventude que tem saído às ruas nos últimos anos contra o ecocídio, para chegarmos a uma estratégia viável contra o capitalismo e pelo planeta.”
Essa análise possui dois grandes problemas. O primeiro é a consideração da tese do “ecocidio” iminente. Um grupo de esquerda, que se diz revolucionário, está incorporando a tese política de “fim do mundo” do imperialismo. Os grandes expoentes da ideia da mudança climática são os maiores inimigos dos trabalhadores, o Partido Democrata dos EUA principalmente. É uma tese amplamente divulgada pela direita imperialista em todo o planeta. Um dos motivos é servir de base para atacar países atrasados, como fez Marina Silva. Outro é que a tese do “fim do mundo” é muito útil para mobilizar setores desesperados da pequena burguesia para fazer o serviço dessa direita.
O segundo grande problema é a tese de se debater no “movimento climático” uma estratégia contra o capitalismo. Esse movimento verde é uma farsa. É uma criação dos capitalistas que destroem o planeta para enganar a sociedade. A linha de frente da “luta em defesa do meio ambiente” são as ONGs financiadas pelo imperialismo. Greenpeace, WWF, Sumaúma etc. Os partidos que estão nessa luta são o Partido Democrata dos EUA e os partidos verdes. Estes últimos são também os maiores defensores da guerra da OTAN contra a Rússia. Outro indício de que na verdade são organizações de fachada do imperialismo.
A política ambientalista na verdade é um distracionismo. O tal “ecosocialismo” é uma ideologia impulsionada pelo imperialismo para apagar o socialismo fingindo que se luta pelo “eco”. Os marxistas, como é o caso do MRT, sabem que o meio ambiente, só poderá ser levado em consideração de forma racional pela humanidade após a superação do capitalismo. Não há como em um planeta dominado por monopólios imperialistas o meio ambiente ser respeitado. No mundo há um bilhão de famintos, um número próximo também não tem acesso à água. Se nem isso é considerado imagine a vida das árvores e das tartarugas.
O ambientalismo é um golpe, tal qual o identitarismo. E portanto é dever da esquerda revolucionária denunciá-lo. Cair de cabeça na campanha contra as “mudanças climáticas” é jogar agua no moinho do imperialismo, que sai fortalecido. A luta pelo meio ambiente real está inerentemente ligada a luta em defesa dos trabalhadores. Aqui vale lembrar o caso dos seringueiros do Acre. A sua luta do sindicato dos seringueiros era primariamente por sua condição de vida, mas tinha como efeito também a defesa da Amazônia. Agora as ONGs tomaram os seringais, a Amazônia segue parcialmente protegida, mas a vida dos seringueiros ainda é terrível.
Isso também pode ser visto na questão indígena. Os ambientalistas colocam o índio como o grande guardião da Amazônia. Isso é uma farsa. Os índios brasileiros, que vivem em todo o território nacional, devem ter direito às suas terras e devem ter também o direito de explorá-la economicamente, com financiamento do Estado nacional. As terras indígenas não podem ser regidas por leis ambientais draconianas. A pauta ambiental é também uma distração para a luta real dos índios por terra e desenvolvimento econômico. O MRT, portanto, caiu no golpe ao se colocar como a ala esquerda do ambientalismo, movimento dirigido não pela classe operária, mas pelo imperialismo.