Na última semana, quando choveram ataques da imprensa burguesa contra o governo Lula, semana na qual se acirram os conflitos da direita, dos golpistas e dos militares contra o governo eleito, o movimento LGBT se preocupa com pautas inúteis e antipopulares. Neste caso, com a falta da camiseta 24 do Flamengo na Copa São Paulo de Futebol Jr. em 2022.
Ao invés de organizar os oprimidos para defender Lula, o Grupo Arco-Íris, que reivindica ser porta-voz dos direitos LGBTs, recorre aos tribunais para ganhar uma grana em cima do time de maior torcida do País.
Mas é claro, o problema dos LGBTs não seriam suas condições indignas de trabalho, o desemprego, ou a falta de um atendimento médico especializado com a saúde sucateada pelos golpistas, mas sim, a ausência do número 24 – número do veado no jogo do bicho – ou comentários “homofóbicos” e “racistas” por membros da organização do clube.
O processo está na 21ª Vara Cível do TJ do Rio e deve ser julgado ainda neste ano. Não bastam os ataques do imperialismo e da imprensa burguesa contra o nosso futebol, é necessário calar e perseguir os clubes pelos mais diversos e banais motivos.
Cada vez mais o objetivo do identitarismo fica claro: criar artificialmente uma oposição, uma luta, que não seja a luta de classes, mas sim, uma luta de um setor da população contra outro. Para piorar, ainda se trata de setor ínfimo da população contra a maior torcida do Brasil. O grupo pode até ganhar sua grana, mas na realidade estão colocando os LGBTs contra a classe trabalhadora e o povo em geral. Estão aumentando tudo aquilo que eles chamam de discriminação contra esse setor da população.
No fim, isso se vira contra os LGBTs, que serão cada vez mais mal vistos pela população em geral. Afinal, quem defenderia um grupo que ataca por motivos completamente fúteis a maior torcida do país.
Não para por aí. Se fosse o caso de uma verdadeira e perigosa discriminação, o grupo deveria chamar uma mobilização, organizar suas bases, protestar, ou organizar qualquer medida popular para repudiar a hostilidade do time. Mas não, recorrem aos tribunais, os verdadeiros carrascos do povo.
Em todos os sentidos, a ação do grupo Arco Íris vai contra os direitos dos LGBTs. Por um lado, provocam a população para discriminar ainda mais esse setor. Por outro, dão mais poder para aqueles que mais discriminam e perseguem os pobres e os próprios LGBTs no Brasil, os juízes.
O movimento LGBT não deve defender nenhum tipo de perseguição contra o povo. Não deve se impor, arbitrariamente, contra a grande maioria da população. Ainda mais se for para tirar uma grana de alguma instituição. Pelo contrário, o movimento LGBT precisa se aliar a classe trabalhadora para lutar contra seu verdadeiro inimigo, a burguesia. Substituir a luta de classes por uma luta jurídica de uma minoria da população é um suicídio político, que se virará contra essa minoria e contra os trabalhadores.
* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário