No último dia 19 de fevereiro, durante uma manifestação contra a Reforma da Previdência em Paris, um fotógrafo franco-espanhol de 26 anos foi covardemente atacado por um policial. Não foi uma ação de legítima defesa por parte do agente do Estado. O homem já estava caído no chão, tendo apenas uma câmera fotográfica nas mãos, ainda assim o policial o golpeou com o cacetete diretamente na região genital, acertando seus testículos. Todo o acontecimento foi filmado e viralizou nas redes sociais. No vídeo fica claro que a ação foi abusiva, completamente gratuita e covarde, o policial deliberadamente golpeou o homem e foi embora. Ele foi socorrido, hospitalizado e foi necessário amputar um dos seus testículos.
Nesta última segunda-feira (23/01), ele entrou com uma ação contra as autoridades francesas por agressão e abuso de autoridade. As autoridades se defendem na imprensa dizendo que o policial agiu em legítima defesa, o que se mostra completamente falso nas filmagens.
Com essa Reforma da Previdência, o presidente francês Emmanuel Macron quer aumentar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos e exigir pelo menos 43 anos de contribuição dos trabalhadores para que eles obtenham a aposentadoria integral.
Os protestos só estão se iniciando. Nesse primeiro dia, os sindicatos franceses relataram que mais de 400 mil pessoas protestaram só em Paris e quase dois milhões em toda a França. Foram contabilizados mais de duzentos pontos de manifestações pelo país. Um número bem expressivo para a primeira de inúmeras possíveis manifestações que virão. Com o povo indignado indo para a rua, começa também a escalada da violência do Estado. A polícia francesa age explicitamente de forma violenta e antidemocrática contra a população, mas é protegida pela imprensa burguesa que não repercute seriamente esses acontecimentos. Quando no Irão ou na Rússia a polícia encosta em um manifestante há um alarde internacional na imprensa denunciando esses países como ditaduras. Mas não há dúvidas que uma ditadura também é operada pela polícia francesa, ela só não é denunciada.
Os sindicatos franceses já definiram o dia 31 de janeiro como próxima data para os protestos. Os trabalhadores franceses devem simplesmente aguardar os próximos golpes mortais vindos de sua polícia ditadora?
