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Celac

Lula não cita os EUA entre parceiros estratégicos

Em discurso na 7ª Cúpula da Celac, Lula não cita EUA como um parceiro para desenvolvimento e progresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva compareceu na 7ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Buenos Aires, após três anos da ausência do Brasil no evento por decisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

No dia 24, terça-feira, Lula fez um discurso no evento. Entre os diversos pontos que podemos destacar, o principal foi não ter citado os Estados Unidos como um parceiro estratégico para futuras negociações do País.

“Julgamos essenciais o desenvolvimento e o aprofundamento dos diálogos com sócios extra regionais, como a União Europeia, a China, a Índia, a Asean e, muito especialmente, a União Africana”, disse Lula no discurso na Celac. 

Tal afirmação assume uma importância ainda maior na medida que o Brasil tem sido um grande subordinado dos EUA desde o golpe, atendendo o país desde aquela época, trabalhando em prol do imperialismo. Essa subordinação aumentou durante o governo Bolsonaro, que curvou tanto o País quanto a si mesmo para os norte-americanos.

Lula também citou a América Latina como uma “Pátria Grande”, reformçando o discurso de união entre os países oprimidos do continente: “O Brasil volta a olhar para seu futuro com a certeza de que estaremos associados aos nossos vizinhos bilateralmente, no Mercosul, na Unasul e na Celac […] É com esse sentimento de destino comum e de pertencimento que o Brasil regressa à Celac, com a sensação de quem se reencontra consigo mesmo”.

Tudo isso é muito positivo e nos permite enxergar a verdadeira crise a qual o imperialismo passa no momento. Os países oprimidos tem procurado cada vez mais independência do imperialismo e união entre si para cooperação e crescimento.

O próprio imperialismo não só tem perdido seus subordinados como também tem perdido o controle em suas áreas invadidas. Um dos maiores exemplos disso foi a derrota no Afeganistão, em agosto de 2021, onde o exército norte-americano foi expulso pelo Talibã e pela população local do país, construindo um marco na luta anti imperialista de países do oriente médio e do mundo. Os afegãos foram aplaudidos pelo seu feito e o imperialismo, desmoralizado.

Logo após a derrota no Afeganistão tivemos o início da guerra na Ucrânia, outro grande marco contra o imperialismo. Os EUA e os países imperialistas europeus tentaram inserir a Ucrânia no bloco, algo que não foi aceito pela Rússia, pois representava uma grande ameaça a soberania do país. Isso fez com que eventualmente, após inúmeros avisos, a Rússia invadisse a Ucrânia, libertasse os povos do Donbass e seguisse avançando para libertar a Ucrânia do imperialismo e do nazismo altamente presente no país.

O imperialismo tentou de tudo para evitar o avanço russo, mas nada foi bem sucedido. Bilhões de dólares, euros e libras foram investidos em armas, soldados e tecnologia, diversos mercenários da Itália, França, Inglaterra e vários outros países se dirigiram a Ucrânia para conter o avanço russo, mas nada foi suficiente.

A única coisa a qual o imperialismo realmente se esforçou em fazer foi uma alta propaganda anti-russa, mas isso obviamente não foi suficiente.

Tudo isso acabou por desaguar em uma enorme crise nos EUA e na Europa. O cerco contra a Rússia por parte desses países foi aumentando, com essa inclusive sofrendo sanções sob a exportação de petróleo e gás. Apesar de a ideia ser impactar a economia russa, o que foi impactado foi a dos países imperialistas. Sobretudo a Europa depende muito do petróleo e do gás russo, fazendo com que as sanções afetassem mais a eles do que a Rússia em si, que se sustenta com o comércio com os países oprimidos, como a China.

Temos visto cada vez mais uma menor dependência dos EUA e da Europa por parte dos países oprimidos, mais alianças com a Rússia e a China, mais solidariedade com Cuba e Venezuela. Temos visto um aumento significativo da polarização em diversos países e uma mobilização popular  cada vez maior, de uma população revoltada com líderes de direita e serventes ao imperialismo.

Cada vez mais os países tem abandonado o dólar, construindo novos meios de comércio, como a Nova Rota da Seda. O próprio Celac é um exemplo disso na medida que reúne vários países que tentam criar uma independência do imperialismo.

Tanto isso é fato que um dos fatores discutidos nessa Cúpula da Celac foi a criação de uma moeda comum entre os países, assim como a construção de um gasoduto na Argentina, financiado pelo BNDES. Esses fatores seriam um avanço enorme de independência. A organização ainda possui a participação de países como Cuba e China, altamente repudiados pelo imperialismo e que trablaham para sua libertação das garras sobretudo dos EUA. Isso indica que a Celac é uma organização progressista e que pode realmente dar frutos para a independência dos países oprimidos.

A discussão mostrou a tendência de uma vontade de integrar os países do continente sem interferência dos EUA. Por isso as resoluções e declarações na Celac foram também atacadas pela imprensa e pela direita. O fato é que os países imperialistas foram, dessa vez, jogados para escanteio.

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