Na última segunda-feira (29), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma Medida Provisória (MP) que prevê a tributação de 15% a 20% sobre rendimentos de fundos dos “super-ricos”, conhecidos como fundos exclusivos. Além disso, ele enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que tributa o capital de residentes brasileiros aplicado em paraísos fiscais.
As novas medidas do governo foram assinadas logo depois que Lula sancionou a nova política de reajustes do salário mínimo e a nova faixa de isenção do Imposto de Renda.
Já na terça-feira (29), durante sua participação em seu programa semanal na Internet, o Conversa com o Presidente, Lula disse esperar que os parlamentares, “ao invés de protegerem os mais ricos, protejam os mais pobres”.
“Durante a campanha eu dizia: a solução do Brasil vai ser encontrada quando a gente decidir colocar o rico no Imposto de Renda e o pobre no orçamento. É isso que nós começamos a fazer ontem”, resumiu. “Essas pessoas ganham muito dinheiro e não pagam nada de Imposto de Renda. Então é importante que as pessoas compreendam que o Estado de bem-estar social que existe na Europa é feito porque há uma contribuição equânime, mais justa do pagamento do Imposto de Renda. Não é como aqui no Brasil que quem paga mais é o mais pobre. Se a gente for comparar proporcionalmente, o mais pobre paga mais Imposto de Renda do que o dono do banco. Só desconta mesmo de quem vive de salário. As pessoas que vivem de rendimento, que recebem lucro no final do ano, termina não pagando Imposto de Renda”.
Além disso, Lula defendeu que “o que nós fizemos é uma coisa justa, sensata, que eu espero que o Congresso Nacional, de forma madura, ao invés de proteger os mais ricos, proteja os mais pobres, que é o que o Brasil está precisando para ser uma sociedade mais democrática, mais igual, de classe média. Tudo que nós queremos é criar uma sociedade de padrão de classe média, onde todos possam ter emprego, possam trabalhar, estudar, passear, ter acesso à cultura”.