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Carla Dórea Bartz

Jornalista, com 30 anos de experiência (boa parte deles em comunicação corporativa). Graduada em Letras e doutora pela USP. Filiou-se ao PCO em 2022.

Leitura e política

Livro explica a ligação entre marxismo e surrealismo

Livro de Michael Löwy ajuda a entender a ligação entre surrealismo e marxismo

Uma dica de leitura é o livro A Estrela da Manhã: surrealismo e marxismo, escrito pelo teórico Michael Löwy. Trata-se de uma obra muito boa para quem quer esclarecer alguns conceitos básicos sobre o surrealismo e seu vínculo com o trotskismo.

Michael Löwy nasceu no Brasil, filho de imigrantes judeus. Sua formação se deu na Universidade de São Paulo onde, no início da década de 1960, participou de um grupo de estudos com outros jovens marxistas brasileiros – the São Paulo Fraction, como define Maria Elisa Cevasco – que incluiu nomes como Roberto Schwarz, Paul Singer, Fernando Novais e, até mesmo, Fernando Henrique Cardoso.

Seu pequeno livro sobre a relação entre a vanguarda criada por jovens intelectuais franceses na década de 1920 e os movimentos políticos históricos daquele momento histórico, como a Revolução Russa, além de partidos e correntes comunistas que fervilhavam na época, é uma ótima fonte e uma boa formação sobre o tema.

Contém informações que ajudam a esclarecer, por exemplo, os motivos que fazem o PCO homenagear artistas como André Breton (que dá nome à revista cultural do Grupo Gari), Benjamin Perèt (que dá nome ao Centro Cultural do PCO) e Luiz Buñuel, que dá nome ao Cineclube do partido. Todos eles foram artistas surrealistas e militantes de esquerda.

Em um dos ensaios, Löwy conta como Breton conheceu Trotsky e a importância do poeta e militante Pierre Naville neste encontro. Fala também da participação de Benjamin Perèt no movimento e como ele trouxe o surrealismo para o Brasil. Conta como foi escrito o Manifesto da Fiari, uma criação de Breton e Trotski, por uma arte revolucionária e independente.

Um dos ensaios mais interessantes é a análise que faz do texto Surrealismo, o último instantâneo de inteligência europeia, escrito por Walter Benjamin, no final dos anos 1920. Benjamin é até hoje um dos mais importantes teóricos marxistas da cultura. Löwy contextualiza e esclarece alguns dos temas se seu famoso ensaio, tornando-se uma leitura de apoio esclarecedora.

O filósofo brasileiro aborda o tema do surrealismo durante todo o século XX. Chega a falar também de Guy Debord, autor do famoso A Sociedade do Espetáculo, um livro que até hoje merece ser lido e estudado por todos que estão na luta revolucionária.

Ao final, há um interessante ensaio sobre o surrealismo no Brasil escrito por pelo poeta surrealista brasileiro Sérgio Lima.

Esta obra de formação abre as portas do tema para quem quer informação de base marxista consistente. De quebra cita uma ótima bibliografia para quem se aventurar a se aprofundar no assunto.

A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a posição deste Diário.

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