A partir da ação histórica do Hamas e dos sucessivos fracassos do Estado sionista de ‘Israel’ nas suas investidas contra a Faixa de Gaza, a ideia de um eventual acordo entre o Hamas e os sionistas vem sendo levantado até mesmo pela imprensa imperialista. Como forma de por panos quentes na situação, passou-se a se falar na criação de “dois Estados”, supostamente, a defesa da criação de um território palestino e judeu dividindo suas fronteiras, o que seria o ideal para a “paz” na região. No entanto, a constituição de um Estado palestino no território atualmente ocupado por “Israel” por uma via negociada não passa de um engodo, uma manobra para arrefecer a resistência palestina, com inúmeras evidências de que tal projeto não irá acontecer, sendo os acordos de Oslo de 1993 a mais eloquente delas.
Que figuras como Netanyahu sejam categoricamente contra a ideia dos dois Estados não é nenhuma surpresa, finalmente o mesmo declarou recentemente que “o Hamas quer nos matar de uma vez só, a AP [Autoridade Palestina] quer fazer isso aos poucos”, reafirmando a sua política de genocídio contra os palestinos.
No entanto, em entrevista ao jornal Times of Israel o presidente israelense, Isaac Herzog, do partido trabalhista de israel, um homem classificado pelo imperialismo como “centro-esquerda” e “democrata”, afirmou que “uma solução de dois estados depois do 7 de outubro seria um prêmio para o Hamas”. “Assim resumiu uma fonte do governo para o site Times of Israel a posição que não é apenas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, mas de todas as principais forças política, inclusive de esquerda. ‘Netanyahu é quem diz isso em voz alta e direta, mas não existe nenhum apetite em todo o espectro político pela ideia dos dois estados'” acrescentou reportagem da Veja.
Herzog ainda declarou que “existe um capítulo emocional aqui que precisa ser tratado. Meu país está de luto. Meu país está traumatizado. Para voltar à ideia de dividir a terra, negociar a paz ou conversar com os palestinos, primeiro, e acima de tudo, é preciso tratar o trauma nacional que estamos vivendo e a necessidade de uma plena sensação de segurança para as pessoas”, disse em entrevista.
Ou seja, antes mesmo em pensar em qualquer diálogo, Herzog defende que seja preciso levar a frente a política de extermínio de Israel. O fato revela que tampouco nos ditos “sionistas de esquerda” possuem qualquer sentimento humanitário em relação ao povo palestino. Nenhum político sionista aceita a ideia de haver um Estado palestino e todos são responsáveis pela política de extermínio contra sua população.