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Farsa pró-imperialista

Hamas não unifica os trabalhadores?

O MRT afirma não ser possível apoiar o Hamas por sua “tática e estratégia”, que encabeça concretamente a unidade palestina contra a dominação imperialista sionista

Na última 4ª feira, dia 1º de novembro, o MRT publicou editorial em seu jornal, Esquerda Diário, sobre a questão da Palestina de título: “Enfrentar a ofensiva israelense contra a Palestina é indispensável para uma esquerda revolucionária hoje”. O posicionamento da organização é de apoio à resistência palestina, supostamente, mas o editorial é polvilhado de ataques a Lula, os quais não abordaremos neste texto, e ao Hamas, vanguarda da luta palestina:

“Nós não compartilhamos a estratégia do Hamas, que vai na contramão da unidade entre es [sic] trabalhadores, jovens e oprimides [sic], e seu programa de um Estado teocrático burguês. Mas o enfrentamento à ofensiva militar israelense, combinado a um programa consequente para enfrentar o Estado sionista de Israel, é indispensável para uma esquerda revolucionária, como debateremos neste editorial.”

O MRT, aqui, reproduz uma falsificação vinda pelas páginas da imprensa imperialista para justificar uma crítica à heróica luta do Hamas. A Faixa de Gaza já opera, na prática, sob governo do partido, e ele não estabeleceu um governo teocrático, e nem mesmo se poderia dizer burguês, pois que não é permitido o desenvolvimento industrial ou econômico no campo de concentração. Além disso, também não é possível falar que o Hamas vá na “contramão da unidade”, pois que a ofensiva contra a ocupação sionista é conjunta entre diversos grupos armados de ideologias diferentes, como a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), que se reivindica “marxista-leninista”. Ou seja, o Hamas concretamente atua como vanguarda da luta unitária dos trabalhadores de Gaza contra o imperialismo.

“A esta solidariedade internacional se soma a corajosa solidariedade de judeus no território de Israel, com manifestações questionando o regime do ultradireitista Netanyahu e demonstrando um caminho de unidade que pode dar respostas.”

Aqui o MRT expressa outra mentira. Primeiro, atribuem a taxa de corajosa às manifestações dos judeus em “Israel”, mas não ao Hamas, que está em armas, mas deixemos isso de lado. Os judeus ortodoxos que protestam no território ocupado o fazem não contra o governo de Netanyahu, mas contra a existência do Estado sionista de “Israel”, que afirmam ser anti-judaico, e rejeitam categorizamente os preceitos do sionismo, tanto a questão do “Estado judeu” como a da definição dos judeus como etnia, e não do judaísmo simplesmente como religião. E de fato, os judeus ortodoxos demonstram unidade. Unidade com o Hamas, que engatilhou a atual onda de manifestações mundo afora em defesa da libertação da Palestina.

“[…] o Irã apoiou a operação do Hamas, assim como fez a Síria. O Irã enviou mísseis contra Israel há duas semanas, e ontem, o Yemen [sic] declarou o envio de mísseis balísticos e de cruzeiro.

“Estas disputas interestatais não são qualquer alternativa para o povo palestino que segue sendo massacrado. É necessário erguer uma gigantesca campanha de solidariedade internacional, exigindo o fim imediato de toda ofensiva militar de Israel, o fim do cerco e das sanções e a liberação imediata dos presos palestinos.”

Ora, o MRT ataca também o Irã e o Iêmen. A solidariedade internacional se expressa na aliança à ofensiva militar encabeçada pelo Hamas, é uma ação concreta de solidariedade internacional. O que o MRT classifica como “disputas interestatais” é em si a solidariedade internacional que diz reivindicar. O que melhor para deter a ofensiva militar de “Israel” do que abrir uma guerra em outra frente? O Esquerda Diário opera com uma visão subjetivista, idealista da luta política, e se esquece de olhar para a realidade antes de aplicar suas fórmulas prontas a ela.

“A política de dois Estados dos acordos de Oslo fracassou, demonstrando a necessidade de um programa que supere qualquer ilusão na manutenção do Estado sionista de Israel caso o objetivo seja terminar com o Apartheid existente, não existe auto-determinação do povo palestino a partir desta defesa. Tampouco podemos compartilhar dos métodos, programa, ou estratégia do Hamas, como se adapta parte da esquerda brasileira, já que este grupo, além de atuar na contramão da unidade entre a classe trabalhadora e oprimidos do Oriente Médio, tem como objetivo a instalação de um Estado fundamentalista islâmico em todo o território do Estado de Israel.”

Ora, se não é possível uma libertação da Palestina com a manutenção do Estado de “Israel”, então o método da ofensiva militar se coloca como eixo fundamental da luta. Onde está o problema nas táticas do Hamas nesse quesito? Novamente repetem as calúnias de que o Hamas atuaria contra a unidade dos trabalhadores e oprimidos, quando ele leva adiante a maior campanha de unidade no mundo, que vem unificando internacionalmente a campanha em solidariedade à Palestina, intensificando a profunda crise política no seio do imperialismo: EUA e União Europeia; e que o Hamas teria objetivos “fundamentalistas islâmicos”, quando a realidade atual e histórica demonstra o oposto.

“Para acabar com o regime de apartheid, é necessário desmontar o Estado sionista de Israel. Neste sentido, retomamos a greve da juventude trabalhadora palestina no Oriente Médio de 2021”

Justamente o MRT talvez não esteja prestando atenção na situação Palestina, mas uma greve geral vem sendo realizada na Cisjordânia, e a partir da ofensiva capitaneada pelo Hamas. Mesmo segundo as ideias “marxistas” profundamente deturpadas do coletivo, a luta do Hamas é plenamente justificada, e deve ser apoiada por todos os meios possíveis.

“É necessário erguer organizações revolucionárias que defendam o direito à autodeterminação nacional do povo palestino e lutem em todo o mundo por uma Palestina operária e socialista, nos marcos de uma federação socialista do Oriente Médio. Porque somente um Estado que se proponha terminar com toda a opressão, exploração e reação imperialista poderá garantir o direito ao retorno dos refugiados palestinos e uma convivência democrática e pacífica entre árabes e judeus, uma tarefa que deverá ser empreendida pela classe trabalhadora e pelos camponeses de toda a região.”

A conclusão do texto é tão pífia quanto seu desenvolvimento. Erguer organizações revolucionárias na Palestina, quando está colocada uma luta de libertação nacional, de fato uma revolução na Palestina. Não devemos apoiar a revolução na Palestina, porque primeiro é preciso “erguer organizações revolucionárias” que “lutem em todo o mundo por uma Palestina operária e socialista, nos marcos de uma federação socialista do Oriente Médio”. Uma farsa que parece saída de mentes com uma concepção política infantil, absolutamente desconectada do mundo. Essa “federação socialista” não está colocada na situação política palestina nem remotamente, mas o que vemos é um levante de trabalhadores, organizados em torno do Hamas, o partido mais popular de toda a Palestina.

Porque somente um Estado que se proponha terminar com toda a opressão, exploração e reação imperialista”. Bom, pelo que vimos até o momento, é justamente essa a luta do Hamas, romper toda a influência imperialista no território palestino, garantindo o direito ao retorno e estabelecendo um Estado em que os povos convivam, como em Gaza ocorre hoje, ao menos no que concerne ao Hamas.

O MRT opera uma falsa defesa da luta palestina para atacar aqueles que levam essa luta de fato adiante. Assim, opera como correia de transmissão do imperialismo, que fala em “defesa da Palestina, mas sem o Hamas”. Salvo pequena mudança retórica, levam adiante a política de Joe Biden e de todo o imperialismo.

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