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28 mortos

Fim da Operação Escudo: um mês da chacina autorizada pelo Estado

Há dezenas de relatos de torturas e outras irregularidades no caso

Foi encerrada na última terça-feira (5) a Operação Escudo, deflagrada pela Secretaria Pública do Estado de São Paulo (SSP) após a morte de um membro da Rota na Baixada Santista. A operação, que durou 40 dias, foi responsável por, em um período de cerca de um mês, promover uma verdadeira chacina no estado de São Paulo.

Após 40 dias de ação, o balanço oficial do governo de São Paulo, divulgado pelo secretário Guilherme Derrite, foi de 28 assassinados em “supostos confrontos com policiais”. Estes indivíduos, muitos deles sem maiores divulgações, são classificados pelo governo de São Paulo como criminosos. No entanto, as denuncias feitas por diversos moradores e os relatos encontrados na internet, inclusive com fotos e vídeos corroborando, demonstram que a operação assassinou um número maior do que o divulgado. Demonstram, ainda, que tudo ocorreu da forma mais brutal possível, matando trabalhadores, torturando as vítimas, entre outras barbaridades cometidas pela polícia.

Em decorrência deste problema, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) reuniu ao menos 11 relatos de violações dos direitos humanos durante a operação. Com isso, o conselho exigiu do governo paulista que fosse encerrada a operação.

O primeiro relato fala sobre um jovem que recebeu dois tiros, sobreviveu e não foi socorrido por mais de quatro horas.”O SAMU não chegava no local. No hospital, não forneceram informações à assistente social da Defensoria Pública nem aos familiares. Ainda com um dreno no corpo, ele foi retirado por agentes do Estado do hospital e levado para o Quinto Distrito Policial. De lá, ele foi conduzido para a CDP de São Vicente. Ele ainda está com um projétil no corpo e, até aquele momento, não havia notícia de que tenha sido realizada tomografia”.

O segundo relato diz respeito ao caso de um jovem que foi morto no Bairro da Jabaquara, em Santos, com um cachorro,. Ele dormia quando fora realizado a operação. O terceiro relato indicou invasões de domicílio, sem ordem judicial, no morro do São Bento, em Santos. Outro relato falou sobre o caso do Jefferson Junio, um morador de rua que, ao que tudo indica, foi levado à Prainha para ser executado pela polícia.

O décimo relato apresentou que muitas pessoas que foram mortas não possuíam sequer registro de antecedentes criminais. Eles foram executadas sumariamente. “Se a gente pegar com passagem, vai para a vala”, teriam dito os policiais aos moradores das comunidades do Guarujá, de acordo com a comitiva do CNDH.

Além destes, os demais relatos afirmavam que a política invadiu a comunidade de madrugada, entrou em casas, ameaçou famílias e promoveu diversas execuções sumárias na comunidade.

Como resultado, nesta segunda-feira (4), a Defensoria Pública de São Paulo entrou com uma ação civil pública com pedido de tutela antecipada para que a polícia instale câmeras corporais nos policiais militares e civis que atuaram na Operação Escudo. Além disso, a defensoria pública classificou a polícia como uma espécie de “esquadrão da morte” pela ação criminosa realizada no litoral paulista.

Sobre as acusações, Dirrite se limitou a dizer que “não tomei conhecimento formal de nenhum pedido, recomendação ou ação da Defensoria Pública. O órgão externo que faz a fiscalização das polícias é o MP [Ministério Público].”

A política criminosa de Tarcísio, que prossegue as chacinas realizadas durante os governos do PSDB, continuou mesmo depois da prisão de três suspeitos pela morte do soldado da ROTA. Tarcísio anunciou que a operação continuaria por pelo menos um mês, e, em 28 de agosto afirmou que não teria sequer prazo para acabar.

“A respeito das denúncias, eu fui atrás da Corregedoria da Polícia Civil e da Corregedoria da Polícia Militar e, durante a instauração dos inquéritos, eu falei: ‘Eu quero pessoalmente cuidar de cada denúncia’. Eu somei as denúncias tanto da Corregedoria da PM quanto da Corregedoria da Polícia Civil, e a somatória das denúncias formais dos órgãos convencionais das polícias é zero, eu não tenho nenhum denúncia, sobre nenhuma ocorrência. O nosso interesse é garantir a legitimidade da operação”, afirmou de forma cínica.

Apesar do fim da Operação Escudo, “a Operação Impacto vai prosseguir até o início da Operação Verão”, afirmou Tarcísio, em uma declaração que foi recebida pelos trabalhadores como uma ameaça.

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