EUA criam uma narrativa para sancionar a China. Reuters publicou no dia 01/03/2023 um artigo com o seguinte título: “Exclusivo: EUA buscam apoio de aliados para possíveis sanções à China por causa da guerra na Ucrânia”.
Os EUA estão sondando aliados próximos sobre a possibilidade de impor novas sanções à China se Pequim fornecer apoio militar à Rússia para sua guerra na Ucrânia, segundo algumas autoridades norte-americanas e outras fontes. O artigo cita o nome de Antony Blinken (secretário de Estado do EUA); Daniel Kritenbrink (principal diplomata dos EUA para o sudeste asiático) e Anthony Ruggiero (especialista em sanções do governo Trump, atual Fundação para o Grupo de Defesa das Democracias). Ou seja, tanto democratas e republicanos estão de acordo em relação à posição de sancionar a China.
As consultas para angariar apoio ainda estão em estágio preliminar, mas esperam receber apoio do G7 (Alemanha, Canadá, EUA, França, Itália, Japão e Reino Unido), para coordenar o apoio a possíveis restrições.
Segundo o artigo, sem fornecer provas publicamente, EUA e seus aliados alegaram nas últimas semanas que a China estava considerando fornecer armas à Rússia, o que China nega.
EUA também alertaram a China diretamente, inclusive em reuniões entre Biden e o presidente chinês Xi Jinping, bem como durante uma reunião pessoal em 18/02/2023 entre o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o principal diplomata chinês, Wang Yi, quando acontecia Conferência de Segurança Global em Munique (17 a 19/02/2023).
Eles disseram que as autoridades estão preparando o terreno para uma possível ação contra Pequim com o grupo principal de países que mais apoiam as sanções impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia há um ano.
DIVERGÊNCIA
Uma autoridade de um país consultado por EUA disse ter visto apenas escassas informações de inteligência que sustentava as alegações sobre a China da possível assistência militar à Rússia. Uma autoridade dos EUA, no entanto, disse que eles estavam fornecendo contas detalhadas da inteligência aos aliados.
Na semana passada, a China emitiu um documento de 12 tópicos pedindo um cessar-fogo abrangente que foi recebido com ceticismo pelos imperialistas.
O CONFLITO NA UCRÂNIA
Com o conflito com a Ucrânia, e a Rússia ficando sem munição, a Ucrânia e seus apoiadores temem que os suprimentos da China possam levar a uma vantagem para a Rússia.
Usando artifício de fachada de um esforço diplomático relacionado, Washington ganhou linguagem em uma declaração do G7 em 24/02/2023 marcando o primeiro aniversário da guerra, que pediu a “países terceiros” que “cessem de fornecer apoio material à guerra da Rússia ou enfrentarão custos severos”.
Sem mencionar a China, os EUA impuseram novas penalidades a pessoas e empresas acusadas de ajudar a Rússia a fugir das sanções. As medidas incluíram restrições à exportação de empresas na China e em outros lugares que as impediriam de comprar itens, como semicondutores.
“Tentamos sinalizar com muita clareza, tanto em particular em Munique quanto publicamente, nossas preocupações”, disse o diplomata Daniel Kritenbrink. “Conversamos sobre as implicações e as consequências se eles o fizessem. E, também sabemos que muitos de nossos parceiros com ideias semelhantes compartilham essas preocupações.”
Alguns aliados dos EUA, como Alemanha e Coreia do Sul, estão reticentes em alienar a China, a segunda maior economia do mundo.