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Intervenção militar

EUA decidem assumir ditadura peruana com as próprias mãos

Afronta à soberania peruana mostra que país é hoje uma ditadura diretamente controlada pelo imperialismo norte-americano

O Congresso do Peru aprovou na última quinta-feira, 5 de outubro, um projeto de resolução legislativa que propõe autorizar a entrada de tropas militares da marinha dos Estados Unidos em território peruano, portando armas de guerra, entre os dias 20 e 27 de outubro. A votação no Congresso, dominado pelo fujimorismo, a extrema-direita peruana, registrou 76 votos favoráveis à intervenção, 23 contrários e 4 abstenções.

A aprovação do projeto não contou com discussão parlamentar prévia, confirmando o caráter antidemocrático do atual governo do Peru, fruto de um golpe de Estado que derrubou e prendeu o presidente eleito Pedro Castillo em dezembro do ano passado, quando este, fortemente assediado pela direita pró-imperialista peruana, tentou se defender através de uma tentativa de autogolpe, que acabou frustrada. Desde então, estabeleceu-se no país uma coalizão entre os setores representantes da política imperialista norte-americana, que governam o país por detrás de Dina Boluarte, uma espécie de presidente títere, para levar adiante a política imperialista mantendo as aparências constitucionais. Todas as instituições do regime político, executivo, legislativo e judiciário, bem como as forças armadas, são na verdade diretamente controladas pelo imperialismo, além de serem reguladas pela Constituição estabelecida por Alberto Fujimori em 1993, em um governo que também era resultado de um golpe.

Desde a derrubada de Castillo diversas manifestações populares foram feitas contra o golpe de Estado, sendo todas elas duramente reprimidas pelo governo golpista por intermédio das forças armadas. Até o momento, estima-se que pelo menos 70 pessoas tenham sido assassinadas durante manifestações, além de quase 2000 feridos e mais de 600 presos políticos. Diante da forte rejeição popular à sua política, o governo golpista estabeleceu uma série de medidas para tornar mais fácil a repressão da população e o controle do regime, além de levar adiante uma campanha política tipicamente fascista de criminalização dos setores de esquerda, contando para isso com forte apoio dos fujimoristas. Todos esses fatores mostram que o governo peruano vem tomando aspectos cada vez mais ditatoriais.

Desse modo, a aprovação da intervenção militar norte-americana vem nesse momento como forma de acirrar ainda mais o cerco contra a população peruana para inibir uma ampla reação de massas. Os trabalhadores já vinham sendo submetidos às arbitrariedades das instituições que, no último mês de maio, dessa vez por meio da Suprema Corte do Peru, declararam ilegais quaisquer protestos e manifestações políticas. Esses ataques às liberdades democráticas tem como intuito dar prosseguimento à política neoliberal, que no Peru teve em Alberto Fujimori seu mais forte representante, de destruição da economia dos países latino-americanos e de confisco das riquezas da região.

O caso peruano confirma algumas tendências de caráter internacional. Primeiro, reforça a íntima e promíscua relação entre as instuições pseudodemocráticas capitalistas e a extrema-direita quando isto se faz conveniente, ou seja, quando se trata de esmagar a classe trabalhadora para levar adiante a política destrutiva de ingerência imperialista.

Segundo, mostra que a análise política não deve se ater às formalidades, e sim ao conteúdo real dos fenômenos. Portanto, assim como os golpes militares anti-imperialistas na região do Sahel africano, mais recentemente no Nìger e no Gabão, devem ser apoiados de forma irrestrita pela esquerda, também no Peru não devem ser feitas concessões aos setores que alegam a tentativa de autogolpe de Pedro Castillo como justificativa para sua derrubada, uma vez que isto serve apenas para maquiar o caráter ilegítimo e antinacional do atual governo.

Diante da planejada intervenção militar norte-americana no Peru, mais um ataque à classe trabalhadora latino-americana, a luta de toda a esquerda deve ser pela defesa da soberania peruana contra a intervenção dos Estados Unidos no país, levantando como palavras de ordem a libertação do presidente Pedro Castillo e a realização de uma Assembleia Constituinte que coloque abaixo a Constituição fujimorista.

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