Neste domingo (22), acontecem as eleições na Argentina e o candidato de extrema direita Javier Milei segue na frente nas pesquisas. No levantamento feito pela CB Consultora, Milei, que representa a coalizão La Libertad Avanza, tem 29,9% das intenções de voto. Está tecnicamente empatado com Massa, com 29,1%. Ao que tudo indica o novo presidente argentino será decidido no 2º turno que acontece no dia 19 de novembro.
Cerca de 35 milhões de argentinos devem ir às urnas neste domingo para escolher o novo presidente. O país neste momento tem uma inflação de já passa 130% em 12 meses e o peso Argentino vem derretendo a cada dia mais. As eleições terminam às 18h. Para ganhar no primeiro turno, o candidato precisa ter pelo menos 45% dos votos, ou 40% e uma vantagem de, ao menos, 10 pontos sobre o segundo colocado.
Para além das eleições, é importante deixar claro que a subida de um candidato de extrema direita na Argentina se deve diretamente ao fracasso do peronismo e suas alianças com a direita. Alberto Fernandez que faz parte da ala mais direitista do peronismo, colocou o país em uma verdadeira crise financeira. Atualmente o candidato apoiado por Fernandez, Sergio Massa é ainda mais direitista.
A esquerda no Brasil, chegou a dizer que esse tipo de candidato de extrema direita, não chegaria a lugar nenhum na Argentina, segundo esses setores da esquerda, os argentinos teriam visto o que foi o bolsonarismo aqui no país e não iriam cair nessa. No entanto, é importante levar em consideração que Javier Milei, é muito diferente de Bolsonaro e bem pior também. Milei é um representante direto do imperialismo norte americano.
Para aqueles que pensam que o Brasil já superou a experiência de ter um governo de extrema direita no poder, pode estar completamente enganado. Bolsonaro, apesar de um capacho dos Estados Unidos, não é nada perto do candidato que venceu as primárias na Argentina. Milei se autointitula ultra-neoliberal, afirma que se ganhar vai dolarizar toda a economia do país, promete vender todas as empresas estatais. Ou seja, Milei é o candidato puro sangue do imperialismo.
No contexto geoeconômico a situação do Brasil e da América Latina, a vitória de Milei pode significar a saída da Argentina do Mercosul e provavelmente também a saída dos BRICS, ao qual o país entrou a pouco tempo, sob forte influência do governo brasileiro. Esse tipo de situação coloca o governo Lula para baixo e acende uma direita ainda mais raivosa aqui no Brasil. Um contraponto como este, na América Latina pode abrir caminho para uma reação em cadeia em outros países da região.
No Brasil, Lula tomou posse no início do ano corrente, no entanto o governo segue praticamente inoperante nas questões mais cruciais para a classe trabalhadora, como a economia, salário, comércio e etc. essa paralisia do governo que tem modificado muito pouco a situação da população mais esmagada pelo capitalismo pode gerar fenômenos de extrema direita ainda mais radicais tipo Milei. Sendo assim, Lula, que também fez muitas alianças com a direita, precisa se desvencilhar para poder progredir.
O governo Lula precisa ir cada vez mais à esquerda, colocar em pauta coisas que são de interesse direto da população. A conciliação de classes feita pelo peronismo na Argentina, resultou em um fracasso claro para a esquerda no país. No Brasil o Partido dos Trabalhadores tem tomar como lição o que aconteceu e o que ainda pode acontecer na Argentina caso a extrema direita suba ao poder.
