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Valéria Guerra

Historiadora, artista (atriz) sob DRT 046699-RJ. Jornalismo UMESP-SP, término neste ano corrente. Bióloga e professora da Rede Estadual do Rio de Janeiro. Colaboradora textual do Site Brasil 247 há 4 anos. Escritora com livros publicados e textos para inúmeras Antologias, inclusive concursos de textos teatrais. Mestrando em psicologia da Educação. Escreveu o livro “Eu preciso de um Hulk” que se transformou em peça homônima

Política Nacional e Sociologia

Despossuídos de legitimidade? Até quando?

Toda trajetória social expecta ganhos, e há conformismo plantado no campo dos dominados. A illusio na vida dos despossuídos: não oferta chances iguais no jogo do  poder...

A sociologia delineada por Pierre Bourdieu nos legou apontamentos importantes. Um deles foi o emprego do termo despossuídos; e infelizmente – tais despossuídos – por possuírem o pensamento espontâneo não compreendem sua condição: afinal, o campo de produção cultural no Brasil está minado. E sem dúvida, a escolaridade em nosso país é oriundo da  illusio. As estâncias de consagração legitimadas “consagram” ao seu bel-prazer, apenas o que lhe garanta domínio através de uma ação interessada, em um círculo vicioso.

O trecho do artigo “Trabalhadores x Imperialismo, que vença a resistência” relatado abaixo demonstra que a resiliência do povo brasileiro é proporcional às suas fomes: “Viver em um novo século das ditas “Luzes” seria uma forma de revolucionar o nefasto e injusto mundo do medievo. Será? O que sei é que a guilhotina cortou cabeças e nem por isso estamos comendo caviar; pelo contrário ainda pagamos o “imposto” da derrama sob outras formas, o que gera nascidos para escravidão, e outros nascidos para escravizar.”

 No jogo do poder, os ilegítimos despossuídos são forjados socialmente antes de sua formação embrionária. Por detrás de uma luta aparente, existe uma luta real: “O direito divino dos Reis, ainda impacta de forma anacrônica a mente dos indivíduos mundialmente, e precipuamente em países colonizados. Ainda reina uma fé no determinismo, que impregna sobremaneira os povos. A situação psicológica e social de um valete (assistente pessoal da nobreza, ou da burguesia) parecia bem mais confortável, do que a de um professor do Estado do Rio de Janeiro 16 h, que aos vinte cinco anos de trabalho recebe menos de 3.000 reais mensalmente.”

 Com a segunda morte do Ensino Médio, através de uma pérfida reforma que está se instalando, sei que ficará muito difícil pedir aos alunos brasileiros, nesta fase acadêmica, que façam uma sociologia ou genealogia da História, ou da filosofia política de uma nação, de uma região, ou mesmo do mundo. As disciplinas de biologia, química, física foram extirpadas do currículo do Ensino Médio.

 “Resistir é preciso”. Quem é o autorizado a me legitimar ou te legitimar, quem são os dominantes e quem são os dominados?

 Subverter é prerrogativa sine qua non para redistribuir o capital, seja ele cultural, econômico ou simbólico: não podemos continuar a autorizar, que um status quo “injusto” prevaleça no domínio de seus conformadíssimos dominados.

Toda trajetória social expecta ganhos, e há conformismo plantado no campo dos dominados. A illusio na vida dos despossuídos: não oferta chances iguais no jogo do poder, ela é o instrumento que patrocina os eternos “agentes/possuidores/autorizados/legítimos”. Com todas as aspas necessárias ao termo “legítimos”.

Precisamos sair debaixo dos pés da illusio, já que ela é conceituada como: “jogo social levado a sério — fantasia subjetiva coletivamente sancionada, calcada em uma metafísica da distinção, pois para ser o centro do mundo devemos ser reconhecidos como distintos, tendo algum valor, alguma honra e dignidade frente a nós mesmos e aos demais”.

  Seu salário de professor do Estado foi legitimado por quem?

  O salário-mínimo de 1.212,00 vigente no Brasil reais pode comprar um estado de bem-estar social confortável à sua biologia?

 Exerça seu poder legítimo de resistente e combativo ser.  Lute contra a desigualdade e contra a arbitrariedade social.

  “As revoluções são a locomotiva da história” – Karl Marx

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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