A crise entre o imperialismo e Israel tem se acentuado nos últimos meses. Desde março deste ano que Biden e o primeiro-ministro israelense não se falavam. Na semana passada, o presidente norteamericano ligou para Benjamin Netanyahu e decidiram se encontrar este ano. O presidente de Israel, Isaac Herzog, esteve na Casa Branca nesta semana.
A tensão tem se ampliado entre os dois países, principalmente por conta da reforma judicial proposta pelo primeiro-ministro israelense. A Reforma Judicial foi aventada com o objetivo de promover modificações na repartição de poderes do Estado de Israel, em especial no judiciário, reduzindo os poderes da Suprema Corte em sua capacidade legislativa e em seu poder de controle de legalidade.
Outro ponto da reforma, é que o parlamento poderia anular as decisões da Suprema Corte, legislando sobre as leis anuladas por ela, apenas necessitando da maioria simples do Knesset (Congresso de Israel). Assim, o poder da Suprema Corte também ficaria bastante enfraquecido ante o parlamento, e não apenas perante o governo. Com a maioria das cadeiras no Congresso – 65 das 120 – Netanyahu, teria poderes na ideia do imperialismo.
Sendo assim, se iniciaram uma série de protestos contra a reforma. Os planos de implementar a reforma judicial foram anunciados pelo governo neste 4 de janeiro pelo ministro da justiça. Logo em seguida, marcou-se um protesto para o dia 7, um sábado, na praça Habima, em Tel Aviv, contando com cerca de vinte mil pessoas.
É mais do que claro que os protestos estão sendo impulsionados pelo imperialismo, pois a reforma judicial diminui os poderes do judiciário, sendo que é uma política do imperialismo utilizar os juízes, em especial as supremas cortes para controlar outros regimes políticos. Os EUA estão com receio do afastamento de Israel. E Israel por sua vez tem receio da progressiva união dos países árabes e seu afastamento do imperialismo.
O presidente dos Estados Unidos tem criticado abertamente a reforma judicial. A imprensa imperialista também não esconde seus ataques à reforma e ao primeiro-ministro de Israel. Durante a reunião dos presidentes, Biden sugeriu a Herzog para que parasse a reforma. Depois da reunião, a Casa Branca disse em nota, que os dois chefes de Estado “conversaram sobre a necessidade de uma aproximação baseada no consenso para o pacote de reforma judicial”.
Segundo o comentarista sênior do New York Times, Thomas Friedman, a mensagem de Biden para Netanyahu e Herzog é: “Você vai quebrar algo na democracia de Israel e em seu relacionamento com a democracia dos Estados Unidos, e talvez nunca consiga recuperá-lo.”