Em mais uma medida esdrúxula, a Confederação Brasileira de Futebol, (CBF), informou que proibirá propagandas nos campeonatos que não forem dos patrocinadores oficiais destes. Segundo a entidade, em estádios periféricos do país, marcas que não são patrocinadoras do Brasileiro ou da Copa do Brasil aparecem em dias de jogo, e isto para a CBF, configura o que chamam de marketing de emboscada.
A medida é parte de um aumento do controle da entidade sobre os clubes e atinge a verba dos pequenos diretamente. Boa parte dos clubes vivem de patrocínios de pequenas e médias empresas locais que apoiam o clube. Exemplos são clubes do interior do Brasil, onde o dono do mercado local e/ou a empresa de médio porte que apoia o clube em troca de uma placa de anúncio ou até mesmo uma faixa. Esse tipo de patrocínio será proibido, o que logicamente acarretará na perda de um dinheiro para o clube, afetando ainda mais os pequenos.
O ponto aqui é o aumento do controle da CBF sobre os clubes. No início do ano, sem votação, a CBF colocou uma lei que proíbe diversas manifestações dos torcedores, dirigentes, atletas em relação a racismo, homofobia, gordofobia, etc. A multa poderia chegar até 1 milhão de reais por reincidência. Logo na sequência, coloca mais um regulamento que proíbe o clube de aumentar seu ganho através de patrocínios que não sejam da confederação. Outras medidas repressivas vem sendo tomadas desde algum tempo que estão levando a entidade ao controle total dos clubes e dos estádios.
A ditadura policialesca que vem crescendo através do judiciário, com o impulso do identitarismo, toma forma no futebol através da CBF. São inúmeros os regulamentos que fazem com que o futebol venha se transformando em um palco de show de música clássica. Quase nada de gritos, ingressos com preços impagáveis, jogos na televisão em sistema de assinatura para cada campeonato com preços absurdos, perseguição a artigos de produção similares chamados de “piratas”. Em pouco tempo controlarão a própria escalação do time, se já não o fazem por pressão.
Este diário denuncia diariamente a entrega do nosso futebol, como técnicos estrangeiros e Sociedades Anônimas (SAFs), repressão da polícia nos estádios, das entidades, dos cartolas e muito mais. É preciso mobilizar os torcedores dos clubes e conscientizar sobre a polĩtica que vem sendo adotada. O futebol é uma paixão nacional realizada pelos trabalhadores. Foram anos para a construção dos clubes, seus estádios e suas histórias a nível mundial. Pela independência dos clubes em relação às entidades e o controle pelos reais “proprietários”, seus torcedores.