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Minhas impressões sobre Cuba

Bloqueio imperialista: maior inimigo do povo cubano

A derrota dessa política seria uma vitória internacional da classe operária e do povo

Henrique Áreas de Araujo

Tive a grata oportunidade de passar 10 dias em Cuba. O país é maravilhoso, desde as belezas naturais, seus inúmeros museus, suas ruas com casarões coloniais e incontáveis monumentos espalhados por Havana. O povo cubano, como o brasileiro, é também maravilhoso, alegre, apesar das dificuldades, muito musical, muito hospitaleiro, amável. Tudo isso me parecem coisas que qualquer ser humano minimamente sensível deveria ser capaz de apreciar. Muitos companheiros que vão a Cuba têm essa mesma impressão e tudo o que posso fazer é confirmá-la: é exatamente assim.

Politicamente falando, a vivência em Havana reforçou-me uma convicção que eu tinha e nós do PCO temos: o bloqueio econômico imposto pelo imperialismo norte-americano é um crime hediondo e o maior inimigo dos cubanos.

Digo isso não apenas pelas questões políticas e econômicas gerais que discutimos constantemente na imprensa revolucionário, mas pelas observações que se pode fazer do dia-a-dia do povo.

Em Havana, capital e maior cidade do país, não há um único morador de rua. Passamos por vários bairros e simplesmente não vimos ninguém morando na rua. E aqui, estamos falando de bairros centrais, que seriam o equivalente, por exemplo, ao bairro da República, em São Paulo. Quem conhece o centro de São Paulo, Rio de Janeiro ou qualquer outra grande ou média cidade brasileira sabe a gravidade desse problema social.

Mas não é só isso, a quantidade de pessoas que vimos pedindo esmola nas ruas não é suficiente para encher os dedos da mão. Ou seja, também é próximo de zero. Para um brasileiro, acostumado a andar pela cidade e ser abordado dezenas de vezes por pessoas pedindo esmola, tal quadro é até difícil de imaginar.

Nesses dias, não vi ou fiquei sabendo de nem um crime sequer. Um paulistano, tão acostumado e se preocupar com a carteira e o celular ao andar nas ruas do centro da cidade, fica impressionado com a falta de perigo nas ruas de Havana. As pessoas passam por becos escuros, vazios, e simplesmente não há aquela ameaça velada de que poderá ser assaltada a qualquer momento, como ocorre nas cidades brasileiras.

Vejam, estamos falando de um país pobre, por todas as dificuldades, muito mais pobre do que o Brasil. Tudo isso que descrevi, por si só, já são enormes conquistas do povo cubano. Aqui, estou apenas dando uma breve impressão do que vi. Posteriormente, em outros artigos, falaremos da política de moradia, de saúde, educação etc, em Cuba.

Um desavisado poderia pensar que a ausência de criminalidade ou de moradores de rua é obra de uma repressão severa. Nada poderia estar mais distante da realidade. Há polícia nas ruas, claro, mas os policias passam quase despercebidos, muito diferente do que vemos no Brasil, onde a presença da polícia é notada como uma ameaça, uma intimidação contra a própria população. Não vimos nenhuma abordagem policial ostensiva contra as pessoas.

Pode-se conversar com qualquer cubano na rua, pessoas comuns, homens e mulheres simples, e percebe-se um grande conhecimento sobre várias coisas. É nítida a cultura do povo.

Contrariando a ideia de que quanto mais repressão, mais segurança, Cuba prova que a única saída para o problema da segurança pública é a educação do povo e uma política correta. Os Comitês de Defesa da Revolução (CDR) cumprem o papel de vigilância civil nas ruas, o que garante que a própria população realize a segurança dos bairros.

Essa situação é fruto direto da Revolução Cubana. Os cubanos se orgulham disso e da educação de seu povo. E isso não é pura propaganda do regime. Isso é um fato, perceptível a olho nu.

Algum ingênuo poderia perguntar como um país economicamente cheio de dificuldades, muito mais pobre do que vários outros pelo mundo, consegue superar problemas básicos? A única resposta para essa pergunta está na Revolução e na posterior expropriação da burguesia. A Revolução é uma força social tão poderosa que, quase 65 anos depois, suas conquistas políticas, econômicas e sociais perduram em Cuba.

Sem o bloqueio do imperialismo é até difícil imaginar onde chegaria Cuba em desenvolvimento econômico e social. O regime cubano, com todas as dificuldades, consegue garantir uma vida digna para o povo. Sem o bloqueio, a qualidade de vida seria muito melhor.

Talvez por isso os Estados Unidos insistam no bloqueio há tanto tempo e agora incluíram Cuba entre países financiadores do terrorismo (!). O principal país imperialista, vizinho de Cuba, não quer revelar que o capitalismo é um sistema falido.

Mas a própria existência de Cuba, meus amigos, por si só, pela própria resistência do regime oriundo da Revolução, já escancara essa falência.

Cuba é a prova de que, sem a intervenção política do imperialismo, os povos do mundo viveriam muito melhor.

A campanha contra o bloqueio, uma política, essa, sim, terrorista dos Estados Unidos, é essencial. O imperialismo comete um crime hediondo contra o povo cubano há décadas. A derrota dessa política seria uma vitória internacional da classe operária e do povo, por isso a importância dessa campanha.

O PCO na medida de suas forças vai travar essa luta contra o bloqueio em todas as esferas que nos for possível. Em Havana, conversamos com um companheiro representante do Comitê Central Partido Comunista de Cuba e mostramos nossa disposição para essa luta. Esperamos participar, com alguns representantes, nas comemorações do 1º de Maio em Cuba e de outras atividades, como o Encontro Internacional de Publicações Teóricas de Partidos e Movimentos de Esquerda em 2024.

No Brasil, iremos organizar, todo final do mês, um dia para denunciar o bloqueio imperialista.

Além de muitas outras atividades.

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