O Banco do Brasil anunciou no último dia 13 de fevereiro um lucro líquido ajusta de R$ 31,8 bilhões no ano de 2022. O resultado foi 51,3% maior se comparado ao ano de 2021, o que representa um retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) de 21,1%. Os ativos totais do banco, em 2022, ficou acima de R$2 trilhões e, para os seus acionistas, o BB irá distribuir, no próximo dia 03 de março, R$11,8 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio, equivalente a 40% do lucro total.
Do total distribuído aos acionistas, 50% dele fica para a União, que detém 50%+1 das ações da empresa e, os outros 49,99% ficarão nas mãos dos especuladores parasitas estrangeiros e nacionais, que detêm, respectivamente, 23,3% e 26,3% (o restante, 0,4% representa ações da tesouraria).
Um dado que chama a atenção foi o faturamento em relação à Receita de Prestação de Serviços que somaram R$32,3 bilhões em 2022 e, em relação a essa verdadeira extorsão, realizada pelos bancos brasileiros à população, o Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, ressalta que:
“Os bancos brasileiros são, sabidamente, aqueles que cobram as mais altas taxas de juros do planeta. Desta maneira, se apropriam de grande parte do resultado gerado por empresas, empreendedores, agricultores e da população em geral. São alguns dos mais potentes e radicais agentes da concentração de renda nas mãos de poucos, responsáveis pelo aprofundamento da desigualdade social que tanto mal faz à maioria da população brasileira”. (Site Fetec/CUT)
Outra questão que chama a atenção é que, enquanto o governo e meia dúzia de parasitas capitalistas nacionais e internacionais irão dividir entre si cerca de R$12 bilhões, os 85 mil trabalhadores do BB, que efetivamente são os responsáveis por mais esse fabuloso lucro aferido pelo banco, que recebem salários cada vez mais arrochados, que sofrem diariamente sistematicamente assédio moral para o cumprimento de metas, irão dividir entre si apenas R$1,2 bilhão.
O lucro do Banco do Brasil, da mesma forma como foi sendo realizado nas demais empresas estatais, como a Petrobrás, por exemplo, que transferiu para os acionistas em 2022 cerca de R$180 bilhões no governo do ex-presidente golpista, Jair Bolsonaro, demostra a rapinagem das estatais; empresas essas que deveriam estar subordinadas aos interesses públicos, mas que vêm sendo utilizadas para beneficiar meia dúzia de acionistas, nacionais e estrangeiros. Para os grandes banqueiros e capitalistas, nacionais e internacionais e seus representantes no governo, o que interessa é somente manter o lucro, e fazem isso às custas da superexploração dos trabalhadores bancários e de toda a população.
Não há dúvida que são os banqueiros quem mais lucram no atual estágio de decomposição econômica e política do capitalismo. Todas essas falcatruas e vigarices promovidas pelos banqueiros só podem ser bloqueadas pela intervenção, firme e organizada, dos trabalhadores através de suas organizações e por meio da organização de uma verdadeira luta pela estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores.