A pesquisa realizada anteontem pela Genial/Quaest revelou que 98% do mercado financeiro não concorda com a direção da política econômica do governo Lula. Ela foi realizada entre banqueiros, especuladores e executivos, para medir a popularidade do presidente brasileiro dentro desse setor.
Depois da divulgação dos resultados da pesquisa – que também incluiu dados em relação à expectativa de melhora na economia, e em relação à confiança no governo Lula e em seus ministros –, que demonstraram uma completa aversão do mercado financeiro aos petistas, a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, se pronunciou.
Para a Gleisi, os resultados se deram de maneira tão negativa porque a política do mercado financeiro são os “juros na estratosfera” e um “arrocho salarial suicida”. Além disso, comentou que, se dependesse do mercado financeiro, Jair Bolsonaro seria presidente até hoje.
É importante ter claro que os banqueiros e os especuladores se opõem a Lula não porque eles sejam bolsonaristas, mas porque defendem uma política neoliberal. E, na medida em que o presidente Lula não vai impor tal política, eles se opõem.
A respeito da oposição que os banqueiros fazem contra Lula, é importante citar que ela não é de tipo meramente ideológico. Ao contrário, por se oporem, eles boicotam a economia do país, fazendo tudo o que estiver a seu alcance para impedir o crescimento econômico – trata-se de uma tática de chantagem para forçar o país a adotar o neoliberalismo.
Como resultado desse boicote, a previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2023 é praticamente nula e a recessão começa a virar uma possibilidade real. Além disso, não se pode esquecer da crise do Credit Suisse, que está gerando um colapso no sistema financeiro norte-americano e que tende a impactar duramente a economia brasileira.
Para piorar a situação, o Congresso Nacional é totalmente dominado pela direita e já começa a pressionar duramente o presidente Lula. O STF, que outrora fez uma grande demagogia de que seria o grande “caçador de fascistas”, agora está recuando em todas as suas decisões – desbloqueando redes sociais de bolsonaristas e soltando os suspeitos de ter participação no 8 de janeiro.
Ou seja, toda a direita nacional está se aglutinando em uma grande frente contra o governo Lula. Os banqueiros, o Congresso Nacional e o STF estão preparando uma dura ofensiva para atacar o presidente: nesse cenário, fazer concessões com a direita é completamente inútil.
Lula não se manterá na presidência por meio de acordos com parlamentares, porque os ataques contra ele são coordenados diretamente pela burguesia, que se prepara para declarar uma guerra aberta contra o governo. A única maneira real de defender o presidente desses golpes é chamando uma grande mobilização popular.
Por isso, os Comitês de Luta, em conjunto com o PCO, com outras organizações de esquerda e com movimentos populares, está convocando a sua III Conferência Nacional. Ela tem por objetivo organizar um calendário de atividades para os ativistas de todo país e pressionar as grandes organizações de massa a chamar o Congresso do Povo. A mobilização, em que a Conferência e o Congresso do Povo cumprem um papel extremamente especial, é a única forma real de fazer com que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas.