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Afonso Teixeira

Tradutor, formado em Letras pela USP e doutorado em Linguística com tese em tradução. Tem formação como músico, biólogo e cientista político.

Fronteiras do destino

As repúblicas bálticas e as ações da Europa contra a Rússia

Países como a Letônia estão sendo usados como marionetes do imperialismo contra a Rússia. O resultado disso não será nada de bom, pois a própria economia europeia definha.

Desde que as repúblicas bálticas se tornaram independentes da União Soviética, em 1990, elas se tornaram uma espécie de marionetes do imperialismo para provocar a Rússia e, também, deter qualquer tentativa de o grande país recuperar suas fronteiras antigas ou expandir sua influência para Oeste.

Nesse artigo de hoje, falaremos da situação da Letônia.

Recentemente, um jornalista da RT (Russian Today), órgão de notícias russas, não ligado ao imperialismo, foi preso na Letônia, acusado de espionagem. É preciso tratar, aqui, de dois problemas. O primeiro é o avanço de uma política internacional de repressão à liberdade de expressão e pensamento. O outro, que é aparte do primeiro, é o papel sujo que o imperialismo vem desenvolvendo para calar os organismos de notícias divergentes, como a Russian Today e Al Jazeera.

Russian Today sofre pressão em todos os países da Europa. É acusada de propagar notícias falsas e de tomar partido a favor da Rússia no conflito com a Ucrânia. É uma pressão semelhante à que sofreu Al Jazeera durante as invasões norte-americanas ao Afeganistão e ao Iraque. O órgão foi acusado de partidarismo e, até mesmo, de apoiar organizações terroristas. O ápice da repressão culminou com uma ameaça de invasão da Arábia Saudita ao Catar, país onde Al Jazeera está sediada.

O imperialismo é responsável, contudo, por criar os meios para a sua própria destruição. A Internet, que foi pensada como um meio para dominar o mundo, tornou-se uma enorme dor de cabeça para a imperialismo. Ao mesmo tempo em que promovia a criação de um monopólio de comunicações, democratizava os próprios meios que buscava controlar. Para recuperar o controle sobre eles, apelou para que governos buscassem controlar a propagação de opiniões divergentes, taxando-as de notícias falsas. Em breve, a maior parte dos países terá um organismo de controle de notícias (que já se denominam “agências de checagem”).

Mas o propósito último disso tudo não é o controle daquilo que o cidadão comum fala no WhatsApp e sim de agências de notícias que não propaguem a ideologia imperialista. Mas isso é ainda um assunto delicado e muitos jornalistas já percebem o perigo. É por isso que o jornalista da RT preso na Letônia não foi acusado de divulgar notícias falsas, mas de espionagem. Nesse caso, o que se quer é arranjar mais uma forma de provocação à Rússia.

O jornalista preso chama-se Marat Kasem e é letão, apesar de trabalhar para a RT. Esteve na Letônia para passar o Natal com a família e foi preso.

A Letônia, que conquistou a independência em 1990, vai enfrentar problemas diversos em se meter com a Rússia. Em primeiro lugar, porque mais de um quarto da população do país é russa. E, sobretudo, porque é um país que faz fronteira com a Rússia, uma fronteira que não é com qualquer país, mas com um gigante. Quem tem um gigante por vizinho não deve provocá-lo; é o mesmo que cutucar onça com vara curta.

A Letônia dá as costas à Rússia e volta os olhos para a Europa. Mas tudo o que tem pela frente é o Báltico. A Europa e a OTAN cuidam da Letônia por que têm interesse em provocar a Rússia, mas abandonarão o país báltico na primeira oportunidade. O que a Letônia faz em relação à Rússia é estupidez. A Letônia tem liberdade para ingressar na União Europeia, para entrar e sair da OTAN quando quiser. Mas nunca terá a liberdade de deixar de ser fronteira com a Rússia. Fronteira não é opção, é destino.

Fica claro que a Letônia não age em interesse próprio. Nada ganha com suas ações. Assim como outras nações do Báltico, assim como a Romênia e a Finlândia, a Letônia é apenas uma marionete que pensa ser um país livre. O próprio primeiro-ministro letão, chefe de governo, é norte-americano. Arturs Krišjānis Kariņš nasceu no Estado de Delaware, nos Estados Unidos. Formou-se na Universidade da Pensilvânia e só conheceu a pátria de seus pais depois dos trinta anos de idade. Antes de ser indicado pelo presidente ao cargo de chefe de governo, foi deputado do Parlamento Europeu.

É bem possível que o conflito entre a Ucrânia e a Rússia seja uma armação dos Estados Unidos para debilitar a economia europeia, começando pela Alemanha. Os primeiros a sofrerem com isso serão justamente as nações menores, usadas como bucha de canhão contra a Rússia.

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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