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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Pequena-burguesia ociosa

Ambientalismo e identitarismo: o pálido ativismo de classe média

A classe média como correia de transmissão da ideologia imperialista

Voltou a aparecer no noticiário casos de “ativistas ambientais” protestando contra obras de arte. Acho muito interessante esse fenômeno porque ele revela muito sobre a classe média europeia e como ela serve como correia de transmissão da ideologia imperialista, que depois será passada para a classe média dos países atrasados.

Quando vemos aquelas mulheres ou homens magrinhos e pálidos, com cara de tristes, jogando alguma coisa num quadro de Claude Monet, Van Gogh, Klimt ou qualquer outra obra de arte, notamos o quanto a pequena-burguesia é ociosa, em particular a europeia, e como essa falta do que fazer deixa essas pessoas neuróticas, histéricas, deprimidas e consequentemente, facilmente manipuláveis.

No último dia 14, duas mulheres jogaram tinta vermelha num quadro de Monet no Museu Nacional de Estocolmo, na Suécia. O mais correto é dizer que jogaram a tinta no vidro que protege o quadro. Não que sejamos a favor de vandalizar uma obra de um dos pintores mais importantes da história da arte, mas até mesmo o efeito da ação mostra a superficialidade do protesto: jogaram a tinta no vidro. Os ativistas da classe média europeia nem mesmo são capazes de protestar de verdade.

O mais interessante é o motivo do protesto. As duas moças magrinhas, tristes e pálidas disseram que fizeram isso para chamar a atenção de causas ambientais “que o uso de combustíveis fósseis está matando todos nós”.

Aí fica a pergunta: o que Monet, Van Gogh e qualquer artista tem a ver com isso? Não tem explicação, a princípio teriam feito tal gesto para chamar a atenção.

Mas existe sim uma ligação. Nesses protestos vemos a junção de ideias propagadas pelo imperialismo. Uma é o ambientalismo e outra o identitarismo. O ambientalismo, poderíamos dizer, um falso ambientalismo, divulga a ideia de que o mundo vai acabar amanhã ou a qualquer momento e que deveríamos voltar a roda da história. Serve aos interesses específicos do imperialismo nos países pobres, porque na Suécia ou em qualquer país europeu, ou nos Estados Unidos, ele não está interessado em reduzir nada.

Já o identitarismo, com sua falsa preocupação com as chamadas minorias, deu para sacar artistas e obras de arte por motivos anacrônicos: racismo, etnocentrismo ou qualquer coisa assim. Por isso as moças magras, pálidas e deprimidas em vez de jogar tinta na sede de uma grande poluidora – não que isso seja grande coisa -, fazem isso com o pobre Monet, que já morreu há mais de um século.

Espero que não, mas é provável que em breve veremos a classe média brasileira fazer o mesmo. E a imitação do que fazem os gringos é tão grande que veremos até mesmo mocinhas pálidas fazerem isso aqui, em pleno país tropical, cheio de melanina.

É lastimável constatar que o imperialismo manipula tão bem as pessoas. Mas não deixa de ser engraçado notar que pessoas que se acham tão inteligentes e alternativas, como é o caso da classe média – aqui, esquerda e direita se parecem muito -, são as mais facilmente manipuladas. 

* A opinião dos colunistas não reflete, necessariamente, a opinião deste Diário

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