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Decolonialismo

Afrofuturismo e decolonialismo, enfim a hipocrisia

A ideologia decolonial não se sustenta nem dentro da própria lógica do identitarismo

As discussões sobre a tese do decolonialismo cresceram exponencialmente na última semana quando a calamidade dos ianomâmi veio a tona. O PCO defende que os índios brasileiros, assim como todos os povos, deve ter um desenvolvimento econômico para sair de sua situação de miséria. Os “decoloniailistas” ao ouvir essa tese quase infartaram, contudo eles são os mesmos que amam de paixão o afrofuturimo do filme de super herói Pantera Negra.

Para quem não assistiu o filme em questão ele se passa em uma nação africana fictícia em que a tecnologia é mais desenvolvida que a dos próprios EUA. Eles possuem aeronaves ultramodernas, trens supersônicos, nanotecnologia etc, tudo desenvolvido pelos próprios cientistas de Wakanda, o nome do país fictício. É uma idealização de uma nação africana super desenvolvida. 

Ela é usada de exemplo pelos identitários para fazer sua demagogia com o movimento negro. Foi feita até uma campanha para levar crianças ao cinema para assitir esse filme pois a sua representatividade seria libertadora para os negros. Desconsiderando o caráter ridículo de tudo fica claro é que há uma compreensão geral de que a África subsaariana vive majoritariamente na pobreza extrema e que o desenvolvimento econômico seria algo muito positivo para o continente.

Mas essa tese é justamente a que bate de frente com a ideia do decolonialismo. De acordo com os decolonialistas a tecnologia destruiria a cultura ancestral dos índios, mas em Wakanda a cultura toda foi mantida, nem mesmo a monarquia foi derrubada, algo difícil de se sustentar dado o avanço econômico da sociedade. Apesar de todos os problemas o autor do Pantera Negra original compreendia que é possível um desenvolvimento sem a destruição total da cultura. Ela obviamente muda, mas não precisa ser destruída. É isso que o decolonialismo não entende. 

A tecnologia não precisa ser desenvolvida pelos próprios africanos ou pelos próprios índios, ela apenas precisa estar sob o seu controle. Nesse caso eles têm autonomia para manter a sua cultura mas viver da forma que desejarem com a economia que desejarem. O decolonialismo nesse sentido chega até a ser uma tese racista por considerar que os índio não podem ter a mesma autonomia que o resto da população brasileira. 

Essa comparação com os países da África subsaariana é relevante também pois mostra a falha da teoria. A exceção das Américas e da Europa nenhum povo é ocidental e portanto não deveria seguir o modelo ocidental de economia. Se os ianomâmi não podem minerar seu ouro os Igbo não podem extrair o petróleo, os banto não podem extrair diamante, mas ninguém ousaria falar que a Nigéria e Angola não tem direito de explorar suas riquezas.

O decolonialismo é só uma teoria bonita para enganar os pequeno burgueses das cidades distantes das populações indígenas que não conhecem a sua realidade. É uma justificativa ideológica criada pelo imperialismo para impedir o desenvolvimento econômico do Brasil. Não existe oposição entre cultura ancestral e progresso. Quem criou essa tese na realidade quer manter o Brasil e todos os seus habitantes, incluído os índios, na miséria. 

*A coluna não expressa necessariamente a opinião desse jornal

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