À revelia da categoria bancária e de toda a população, os banqueiros estão implementando uma política de reestruturação que, na prática, está liquidando milhares de empregos bancários e piorando o atendimento à população, principalmente às pessoas mais humildes.
O Bradesco já fechou 1.527 agências no País todo desde março de 2020; o Banco do Brasil diminuiu de 4.368 para 3.980 agências; o Banco Itaú/Unibanco e o Santander diminuíram em 123 e 151, respectivamente. O número de funcionários desses bancos vem diminuindo sensivelmente a cada dia. De 2016 a 2021, apenas os cinco maiores bancos fecharam, definitivamente, 50.243 postos de trabalho.
Segundo os dados do Sindicato dos Bancários de São Paulo indicam, de dezembro de 2014 a 2021, foram encerradas as atividades de 5.265 agências em todo o País. Dos 5.570 municípios brasileiros, 44% deles não existe uma agência bancária se quer.
Tudo isso faz parte do processo de “enxugamento” do sistema bancário, concentrando ainda mais o capital financeiro em direção à criação de bancos virtuais, em substituição aos grandes conglomerados e o aumento indiscriminado da lucratividade do setor.
A concentração de capital financeiro, decorrente da reforma, pode inviabilizar os poucos bancos estaduais que sobreviveram da famigerada era FHC, eliminar do sistema as Caixas Econômicas, provocar o fechamento generalizado de agências e a diminuição da participação do setor público na economia e a perda total do poder de influência do Estado na política financeira, que se daria à mercê dos interesses especulativos do Bradesco, Itaú, Santander, etc.
Como consequência, teremos ainda maiores restrições ao crédito e aos serviços bancários, principalmente para os pequenos clientes – a maioria absoluta da população – além do inevitável crescimento da taxa de juros e da agiotagem.
Se a manobra da “reforma” bancária interessa aos banqueiros internacionais e aos grandes oligopólios nacionais, não virá, sem sombra de dúvidas, beneficiar aos trabalhadores brasileiros e, em especial, aos bancários.
Juntamente com essas medidas, vem o aumento da exploração da mão-de-obra barata, o uso abusivo das horas extras gratuitas e as demissões em massa. Pode significar uma onda de demissões superior à época do governo de FHC, quando mais de 140 mil bancários perderam seus empregos.
O objetivo dos banqueiros é lucrar cada vez mais. É a submissão total da economia brasileira aos interesses gananciosos dos banqueiros nacionais e internacionais e aos do imperialismo mundial.
Cabe aos bancários, assim como a toda a população, a defesa das funções sociais do sistema bancário como provedor de créditos e serviços e, mais ainda, a defesa dos empregos e dos salários frente a mais este ataque da direita reacionária.