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Defesa de Lula

A necessidade da Conferência Nacional de Luta

Abaixo a conspiração golpista. Fim da tutela dos militares sobre o regime político!

Nesta semana, durante uma manifestação contra a nomeação do diretor regional do Correios na Paraíba, após uma fala recebi uma crítica no mínimo inusitada. Fui criticado por um dirigente do PSTU, Manoel, por defender as necessidades objetivas dos trabalhadores como ponto essencial para mobilização da categoria.

O protesto

A manifestação ocorreu no dia 31 de janeiro, em frente ao Centro Operacional e Administrativo dos Correios. Estavam presentes militantes de várias forças, sindicalistas de várias categorias e a direção regional da CUT.

Ao se pronunciar no carro de som coloquei a necessidade de mobilização da categoria para alcançar os seus interesses. Esse governo Lula só poderia ser o dos governos dos trabalhadores através da mobilização popular.

O motivo da manifestação foi a nomeação do bolsonarista Alessandro de Jesus Moreira, por indicação de Efraim de Morais, que demonstra nossa realidade política do país. O governo Lula é um verdadeiro refém nas mãos da direita e das forças armadas.

Apenas a mobilização popular pode completar a derrota que a direita sofreu nas eleições de 2022. A vitória do Lula foi uma grande vitória popular, mas o regime golpista consolidado com os golpes de 2016 e 2018, não tiveram o seu fim.

Qual foi a crítica?

A crítica do companheiro dirigente do PSTU em tom de escárnio demonstra a sua concepção política sobre a classe trabalhadora. Para ele, estamos numa luta contra o fascismo, não sendo esse momento para campanha salarial.

Então seria um erro chamar os trabalhadores a mobilização pelos seus interesses. Teriamos que convocar os trabalhadores a marchar contra os fascistas bolsonaristas, uma verdadeira jihad. 

Esquecer ele, que parte expressiva desses trabalhadores votaram no Bolsonaro. Estando assim na concepção idealista da esquerda pequeno-burguesa entre os fascistas.

Curiosidade

O primeiro questionamento que me faço sobre a posição dele é: algumas categorias estão há um lustre sem aumento, alguns com redução de benefícios além das perdas pela diminuição do poder de compra, caso dos ecetistas. Se agora não é momento para realizar campanha, durante um governo de esquerda momento em que seria teoricamente mais fácil obter ganhos, quando seria?

O segundo questionamento sobre a concepção do companheiro é: como ele pretende unificar e mobilizar uma categoria, os trabalhadores em geral, senão defendendo seus interesses objetivos? Ou ele acredita que magicamente todos trabalhadores, inclusive a metade da população que votou em Bolsonaro vai mudar sua forma de pensar para sua posição de esquerda?

A terceira pergunta que me faço é: se metade da população é fascista, se ele não pretende mobilizar os trabalhadores pelo seus interesses, como ele pretende lutar contra o fascicmo?

A consequência prática dessa política

Na fala do militante do PSTU um ponto chamou a atenção, a crítica ao governo pela nomeação do bolsonarista. O mesmo junto a outros militantes da esquerda com discurso similar, ignorando o cenário político de golpe, apenas atacavam, mesmo que sutilmente, o governo.

Toda a esquerda conhece a política de Lula, não é novidade sua concepção de conciliação desde o seu início, esse inclusive é o momento mais radical do Lula. Enquanto a palavra de ordem do PCO era ”quem bate cartão, não vota em patrão”, a palavra de ordem da majoritária do PT era “Patrões e trabalhadores juntos, fazer um país melhor”.

Então, mesmo após a demonstração de força da direita, essa esquerda pequeno burguesa se alinha à direita atacando o governo sem uma perspectiva para os trabalhadores. Num mecanismo parecido com o praticado pelo Psol, que foi o braço esquerdo do golpe de 2016, com o não vai ter copa, entre outras campanhas imperialistas.

Unidade e mobilização

Neste momento, o único ponto que pode única a classe trabalhadora é a luta pela suas condições de vida. Os trabalhadores foram imensamente dilapidados nas suas condições de vida após os golpes de 2016 e 2018.

É no mínimo infantil acreditar que com outra reivindicação conseguimos unificar e mobilizar, a população contra o regime golpista. Principalmente após toda experiência negativa da população com a política da esquerda pequeno-burguesa.

O identitarismo, a defesa do aumento da repressão, palavras de ordem como “ sem anistia”, ao contrário de mobilizar acabam por afastam os trabalhadores, principalmente os que mais sofrem sob o jugo estatal. Essas políticas assumidas por parte da esquerda, são posições tipicamente da direita, defendidas historicamente pela burguesia.

Conferência Nacional de Luta

Esse caso demonstra a extrema necessidade da III Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe. É necessário um debate intenso na esquerda, com as direções e bases populares, em torno da mobilização popular.

As grandes organizações de massas como a CUT, o MST, CMP, UNE, necessitam encaminhar o Congresso do Povo. Uma atividade que foi deliberada anos atrás, após amplas discussões.

Temos que impulsionar a luta pelas questões imediatas e decisivas, como:

● Reestatização da Eletrobrás e da Petrobrás (100% estatal) para reduzir o preço dos combustíveis e tarifas, criando as condições adequadas para o desenvolvimento nacional;

● Revogação de todas as “reformas” contra o povo dos governos Temer e Bolsonaro: trabalhista, previdenciária, do ensino médio etc. (“revogaço”);

● Reforma Agrária: terra para quem nela trabalha; atendimento das reivindicações dos povos indígenas e soberania do povo brasileiro sobre a Amazônia (fora o imperialismo!).

● Abaixo a conspiração golpista. Fim da tutela dos militares sob o regime político.

* A coluna não expressa necessariamente a opinião desse jornal

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