Nas últimas semanas, o Leste Europeu corre o risco de iniciar uma nova guerra, envolve o risco da Moldávia retomar conflitos com a região separatista da Transnístria, que se separou durante o desastroso colapso da URSS. Kiev tem interesse particular nesse conflito, pois seria extremamente vantajoso, pelo fato de à Rússia ter apenas 1.500 soldados da paz estacionados no local, incapaz de enviar reforços, ou seja, permitiria que à Ucrânia se apropriasse de um depósito de armamentos na instalação em Kolbasna – com cerca de 22.000 toneladas de armamento, um dos maiores arsenais da Europa e está localizada apenas a 2 km da fronteira ucraniana. Após o fim da União Soviética, os armamentos de todos os países do antigo “Pacto de Varsóvia”, como Alemanha Oriental, Tchecoslováquia e Hungria, foram tragos para esse armazém – contendo projéteis de artilharia, bombas áreas, minas de vários calibres, granadas e cartuchos. Além de equipamentos antigos: 100 tanques, 200 veículos blindados, veículos de combate de infantaria, mais de 30.000 mil veículos militares, cerca de 200 sistemas de mísseis antiaéreos, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo e 30.000 metralhadoras.
Em 23 de fevereiro, o Ministério da Defesa da Rússia alertou:
“O regime de Kiev está preparando uma provocação armada contra a Transnístria em um futuro próximo. Uma ofensiva russa encenada do território da Transnístria deveria servir de pretexto para a invasão. Os sabotadores ucranianos que participam da invasão encenada serão disfarçados com o uniforme das Forças Armadas da Federação Russa”.
O governo pró-imperialista da Moldávia, encabeçada por sua presidente, Maia Sandu, afirmou na segunda-feira (13), que a Rússia tinha planos de derrubar o seu governo. O Leste Europeu está convulsionado pela guerra do imperialismo contra os russos e os países ao redor se movimentam como peças no tabuleiro. A Moldávia, apesar de ser “neutra”, está mobilizado tropas e bateu recordes em investimentos em armamentos, chegando a meio por cento do PIB do país. Além dos países da União Europeia, que aprovou a atribuição de um fundo de 40 milhões de euros ao exército moldavo. Diplomatas russo disseram que qualquer ação de ataque aos soldados da paz presente na região será um ataque direto a federação Russa.
Para entender o atual conflito, é necessário embarcar na história, à Transnístria começou a se afastar da Moldávia antes do fim do colapso da URSS, em setembro de 1990. Assim que à Moldávia declarou independência, eclodiu uma luta armada entre Chisinau e a autoproclamada Transnístria. A luta levou a milhares de mortos e só teve fim após a intervenção das forças de paz russas. Esse fato levou o status permanente de separação da Transnístria, que inclusive levantou um referendo em 2006, cujo 97,2% da população local votaram a favor da adesão à Rússia. Nunca aconteceu por uma cautela do estado-nação russo.
Qualquer agressão à Rússia é uma força pró-imperialista, que deve ser combatida pela esquerda-revolucionária, pois o enfrentamento de um país atrasado contra um país imperialista é a luta dos oprimidos contra o opressor.
