O ano de 2022 tem sido de grandes acontecimentos, alguns inclusive muito incomuns, como o enfrentamento físico dos povos oprimidos, afegãos e russos, ao imperialismo. Porém, outros em nada nos surpreende, como os produtos decorrentes da “corrida eleitoral” cada vez mais curta e controlada pelos meios de repressão do regime golpista que vivemos.
A definição se traduz em realidade nos crescentes atos de censura realizados em nome da democracia, do respeito a uma suposta ordem legal estabelecida. Argumentos tão desgastados que não escondem nem uma ponta dos reais motivos aumentar o controle da burguesia sobre os escombros do regime político.
Censura em larga escala
A campanha eleitoral, legalmente estabelecida, é um aspecto já praticamente fictício, vez que a “justiça eleitoral” somente autoriza dois meses e meio, a partir de 16 de agosto, o que é um abuso completo para um país de proporções continentais e uma grande população de 220 milhões de habitantes.
Entretanto, este é somente o aspecto mais conhecido e formalizado. Nos últimos anos a censura tem avançado pelos novos meios de comunicação, principalmente, sob as redes sociais, no qual tem sido usado o sórdido argumento das “fake news” ou notícias falsas, em português.
Em nome do falso argumento de “proteger” o eleitor das inovadoras e terríveis fake news, as instituições do regime político controlado pelos golpistas cerceou completamente a liberdade de expressão, enquadrando praticamente todas as redes e proibindo manifestações de pessoas comuns nas redes sociais. Pior, isso não está sendo feito sob decisões caso a caso, alisando a situação concreta, mas sim realizada massivamente, por dentro da programação das redes sociais, as quais para completar a ação de repressão têm aprimorado e criado mais ferramentas para executar o serviço.
Atualmente, já é praticamente comum que qualquer pessoa que emita comentários, publique ou compartilhe informações que não estejam de acordo com o discurso oficial da imprensa monopolista, tenha sido censurado em alguma medida.
O palco é da Globo
Todo esse controle feito desde os meios convencionais de comunicação (rádio, TV, imprensa) e agora amplamente disseminado na internet, tem um objetivo certo quando o assunto são as eleições. Permitir um maior controle da burguesia da situação.
As mudanças constantes, nas regras eleitorais visam exatamente ajustar o cerco que naturalmente vai sendo quebrado por conta da crise do regime político e da luta de classes em pleno desenvolvimento pós-golpe.
Para as eleições de outubro deste ano, aonde a polarização política tomará conta mais uma vez da eleição presidencial – Lula x Bolsonaro – está cada vez mais claro que o único palanque permitido será o da TV, mais especificamente o maior monopólio de comunicação do país, um dos maiores do mundo, a rede Globo.
Como é feito todos os anos eleitorais, a campanha é canalizada para a televisão, justamente porque é lá que poder do capital impera. É a TV que tem sido a principal ferramenta da direita nacional para controlar o regime e vetar a participação popular, vetar que, minimamente, a vontade popular se expresse nas urnas.
E este veto neste ano de 2022 tem um significado muito claro. Vetar que a população, que o amplo apoio popular que o ex-presidente Lula possui, garanta a sua eleição. A manipulação articulada há décadas entre os monopólios capitalistas e as instituições falidas do Estado brasileiro, especialmente neste caso a “justiça eleitoral” (TREs, TSE), tem garantido a manutenção, por exemplo, das oligarquias regionais que se mantém nas casas legislativas, além de garantir a ausência de candidatos realmente populares.
O avanço da censura nos meios de comunicação tornou os monopólios econômicos, principalmente, a rede Globo (a voz da burguesia nacional), a senhora das eleições, o palanque oficial da direita nacional contra os interesses da classe trabalhadora brasileira.