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Luta inócua

Sexo “não binarie” na certidão de nascimento: para quê?

Gênero virou moda que muda a cada estação

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No ano passado, 2021, a  Defensoria Pública do Rio, em parceria com a Justiça Itinerante do TJ fluminense, determinaram a possibilidade de incluir o gênero “não binário” na certidão de nascimento das crianças cariocas. Não ”binário” é o termo adotado por aqueles que não se identificam nem com o sexo masculino, nem com o feminino.

Essa possibilidade também está aberta a pessoas que iniciam judicialmente um processo para mudança de gênero. Isso significa que além de homem e mulher, a pessoa pode ser algo entre um e outro, algo indefinido e caracterizado pelo uso identitário do chamado “pronome neutro”, com a finalização da palavra “binário” com a partícula “e”, em lugar das partículas “o” e “a” (nesse caso, os partidários da medida adotada pelo TJ fluminense se referem a um gêneo “não-binarie”). 

Até a data da notícia, 47 pessoas já se tornaram “não binaries” em seus documentos pessoais. 

“Era algo que eu nem esperava por ser uma pauta mais recente no Brasil e, por isso, achei que fosse demorar muito ainda, mas foi tudo bem rápido e fácil”, disse Igor Sudano, uma das 47 pessoas não-binárias que modificaram o gênero na certidão de nascimento. 

A discussão sobre a questão do gênero é um elemento da esquerda pequeno-burguesa internacional, resumido pela sigla que não para de crescer, o LBTQI+, que inclui já mais de cem tipos de gêneros, todos definidos por variações específicas do comportamento sexual de cada pessoa. Para se ter uma ideia, apenas o gênero dito “não binarie” tem mais de cinco variações. Sendo elas as seguintes: 

1 – Feminaflexível: Alguém não-binárie que sente atração majoritariamente por mulheres, mas que pode possuir algumas exceções.

2 – Feminamórique/ Femina: Alguém não-binárie que sente atração somente por mulheres.

3 – Viramórique/Vir: Alguém não-binárie que sente atração somente por homens.

4 – Virflexível: Alguém não-binárie que sente atração majoritariamente por homens, mas que pode possuir algumas exceções.

5 – Cetero-/Medisso: Alguém não-binárie que sente atração apenas por outras pessoas não-binárias. Difere de ser gay, já que tais gêneros podem ser completamente diferentes entre si.

Gênero virou moda que muda a cada estação

A existência de mais de cem tipos de gêneros, não listados aqui na sua totalidade devido ao grande número de diferenciações, bandeiras e especificações; é um fato que mostra a importância dada às questões sexuais por parte da esquerda e da juventude. A predileção de setores da juventude por frivolidades sexuais em lugar das questões políticas maiores é uma questão relacionada à própria decadência da burguesia, que contamina os setores da pequena-burguesia na atual etapa de decomposição do capitalismo. O sexo, antes de ser algo politico, é algo social. Quer dizer, não é algo  que tenha que ser revolucionário, mas um elemento fundamental das relações que se estabelecem entre as pessoas na sociedade vigente. 

A identificação com questões tão específicas em relação ao comportamento sexual como as citadas acima, considerando tendências e predileções, mostram o nível do aprofundamento dessa decadência social. A definição de cada tipo de relação passa a ganhar tamanha importância na vida da pessoa, a ponto de ela querer entrar com um processo judicial e modificar a própria certidão de nascimento a fim de saciar o desejo por uma definição.

É preciso dizer, nesse sentido, que a definição fundamental da juventude em um momento de crise histórica do capitalismo, como o que vivemos hoje, deveriam ser as lutas políticas, a luta pelo socialismo. A questão das identidades, do gênero e da chamada “cultura woke” é um elemento, portanto, de dispersão das questões essenciais de nosso tempo. A luta política é deixada de lado por problemas inócuos que são resolvidos pela simples defesa da liberdade de expressão individual.

A questão de gênero é um problema ideológico

A chamada identificação de gênero não é algo natural do ser humano, mas uma ideologia de uma época. No caso, a ideologia identitária que baseia essa corrente política é de fato uma criação do imperialismo no sentido de restabelecer em algum nível a sua autoridade política. 

A questão dos negros, das mulheres e dos LBGTQI+ foram elementos fundamentais da campanha politica de Joe Biden, por exemplo. O candidato do Partido Democrata, o principal representante das grandes corporações e do imperialismo rapineiro, foi também o candidato dos setores que clamavam pelo chamado reconhecimento de gênero. 

Coisa semelhante aconteceu no Brasil, com elementos como Eduardo Leite do PSDB que foi cotado para candidato presidente pelo partido, tendo se declarado gay um pouco antes das prévias dos tucanos. Caso fosse o candidato oficial, a campanha seria a de valorização do candidato como alguém esquerdista devido, simplesmente, a sua orientação sexual. O fato de ele pertencer ao PSDB ficaria secundarizado inclusive pela esquerda, que tenderia a apoiá-lo. 

A ausência de gênero biológico, que seria o chamado o hermafroditismo ou “interssexualismo”, situação na qual a criança nasce com os dois órgãos sexuais, atinge apenas 1,7% dos nascituros. O restante das crianças deve apresentar gênero físico e cromossômico equivalente. Quer dizer, o órgão sexual deve equivaler a alternativa, XX, para mulheres, e XY, para homens. Não havendo problemas com essas diferenciações, não há diferença de gênero. Portanto, a questão do dito “não binarie” é uma coisa simplesmente ideológica.

A juventude deve se dedicar à tarefa histórica da libertação da humanidade do jugo da opressão e da escravidão do homem pelo homem.

O jovem é, por excelência, o ser revolucionário em todas as sociedades. Ele não está comprometido com os preceitos da sua época e pode tomar nas mãos as grandes tarefas históricas do desenvolvimento da humanidade. A luta política, nesse sentido, a luta de classes contra a burguesia e a aliança da juventude com a classe operária são as questões fundamentais para a verdadeira emancipação da juventude. Por conta da importância do trabalho desses setores, contudo, os jovens são constantemente vítimas de campanhas promovidas pela esquerda pequeno-burguesa universitária, no espírito do que se faz nos países imperialistas, e que representam um verdadeiro beco sem saída para as aspirações progressistas e libertárias naturais da juventude. 

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