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Neoliberalismo

Renda média do povo do Ceará é 33% inferior à média brasileira

Caiu o total de pessoas que obtinha renda pelo trabalho no Estado, ao passo em que cresceu o número daquelas que recebiam renda de outros rendimentos como seguro-desemprego

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─ CUT ─

O rendimento médio mensal da população ocupada no Ceará, em 2020, foi de R$ 1.845,00, maior que o do ano anterior, quando atingiu R$ 1.674,00, ou seja, R$ 171,00 a mais. Embora seja superior à média do Nordeste, que foi de R$ 1.751,00, o rendimento médio cearense ainda é 33% inferior à média brasileira no mesmo ano, de R$ 2.447,00, ou seja, diferença de R$ 602,00.

Os dados são do estudo “Análise da desigualdade dos rendimentos no estado do Ceará entre 2012 e 2020”, publicado pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O trabalho tem como base dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A assessora Técnica do Ipece, Luciana de Oliveira Rodrigues, autora do trabalho, observa que o objetivo do estudo é analisar a evolução dos indicadores relacionados ao rendimento de todas as fontes relativas ao período de 2012 a 2020 para o Ceará, fazendo um comparativo com a situação do Nordeste e do Brasil.

“É dada ênfase aos indicadores relacionados as principais fontes de renda da população, ao rendimento médio mensal da população ocupada, e a desigualdade de renda, mensurado pelo Índice de Gini (de todos os trabalhos e da renda domiciliar per capita)”, observa.

Dos 9,2 milhões de habitante do Ceará em 2020, 58,8% possuíam algum tipo de rendimento (5,4 milhões), menos que a proporção registrada em 2019 (59,1%) e maior que a observada em 2012 (56,5%). Sendo que 34,6% da população de 14 anos ou mais possuía rendimentos de todos os trabalhos e 32,1% da população total do Ceará obtinham rendimentos de outras fontes.

Para os que recebiam rendimentos que não eram provenientes do trabalho, o que apresentou maior variação foram os rendimentos de outras fontes (inclui o seguro-desemprego, programas de transferências de renda do governo, rendimento de poupança etc.).

No ano passado, de acordo com Luciana Rodrigues, o mercado de trabalho cearense era composto por 3,1 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade residentes ocupadas. Especificamente, de acordo com as estatísticas da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-Contínua), este mercado era composto majoritariamente pelo gênero masculino, onde a participação estava assim dividida: 59,4% de homens e 40,6% de mulheres.

Pardos representavam 66,6% desta população, enquanto brancos correspondiam a 26,6% e negros compunham a minoria do mercado com aproximadamente 6% da população analisada. Quanto à idade, destaca-se que a população da faixa etária entre 18 e 39 anos no período analisado, que compunha 54,8% do mercado, enquanto 44,6% representavam aqueles que possuíam 40 anos ou mais de idade.

População mais pobre e com menos estudo é mais afetada

O estudo mostra, ainda, que caiu o total de pessoas que obtinha renda pelo trabalho no Estado, ao passo em que cresceu o número daquelas que recebiam renda de outros rendimentos como seguro-desemprego e programas de transferência. Em 2020, do total de 58,8 das pessoas residentes no Estado que possuíam algum tipo de rendimento, 34,6% obtinham renda do trabalho, inferior aos 39,4% observados em 2019.

Já as pessoas que recebiam renda de outros rendimentos (incluindo seguro-desemprego, programas de transferências de renda do governo, rendimentos de poupança e etc.), subiram de 12,2%, em 2019, para 19,2%, em 2020.

“Assim como em outras crises, os mais pobres e menos qualificados são os mais afetados, uma vez que este grupo compõe a maior parte dos desempregados e são os que mais possuem dificuldades de nova inserção no mercado de trabalho. Todavia, os que detinham os maiores rendimentos, em 2019, também sofreram reduções de rendimentos médios, o que também contribuiu para que a desigualdade caísse no Estado”, analisa.

A autora lembra que o ano de 2020 foi fortemente impactado pela pandemia da Covid-19, com implicações muito além do esgotamento dos sistemas de saúde. “A pandemia também transformou a vida social das pessoas, afetou diretamente a ecomomia e, consequentemente, o mercado de trabalho, gerando maior instabilidade econômica, crescimento da taxa de desemprego e da pobreza”, pontua. De acordo com ela, a pandemia significou uma sobreposição de crises, uma vez que o mercado de trabalho ainda estava em recuperação da crise vivida pelo país desde 2014/2015, refletia diretamente na desigualdade social que se apresentava acentuada e em crescimento, até 2019, sobretudo no Ceará.

Diferença entre gêneros cai

Luciana Rodrigues explica que, quando analisados os rendimentos médios mensais de acordo com o gênero, é possível observar que rendimentos tiveram uma variação positiva quando comparamos os anos de 2019 e 2020, seja para o Brasil, o Nordeste e o Ceará. Em relação a diferença de rendimentos entre homens e mulheres, embora o rendimento médio das mulheres seja inferior ao dos homens para todas as regiões analisadas, para o ano de 2020 o Ceará apresentou uma taxa de proximidade (dada pela proporção de rendimentos das mulheres em relação ao dos homens) maior, de 87,89%, sendo os rendimentos médios mensais para homens e mulheres foram de R$ 1.941 e R$ 1.706 reais, respectivamente.

Já o Brasil, apesar de apresentar uma grande diferença entre os rendimentos, tanto para os homens, quanto para as mulheres, quando comparado ao Ceará, apresentou uma taxa de proximidade menor de apenas 78,4%, mostrando uma maior disparidade salarial entre os gêneros. Ao analisar as diferenças dos rendimentos entre homens e mulheres no longo prazo, elas já apresentavam uma tendência de redução. Em 2012, as mulheres brasileiras, nordestinas e cearenses ganhavam, em média, 26,5%, 16,1% e 14,9% a menos que os homens, respectivamente. Em termos da taxa de proximidade isso representava, respectivamente para Brasil, Nordeste e Ceará, 73,5%, 83,9% e 85,1%.

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