A Suprema Corte do Reino Unido negou nesta semana, 23, o pedido de independência do parlamento da Escócia dizendo que o país não poderá fazer um segundo referendo de independência, que estava sendo organizado pelo parlamento escocês para 2023, sem ter a aprovação do governo britânico, em Westminster.
A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, rebateu a Suprema Corte britânica dizendo que “A democracia escocesa não será negada”. Completou a governante dizendo:
“A decisão de hoje bloqueia um caminho para que a voz da Escócia seja ouvida sobre a independência – mas em uma democracia nossa voz não pode e não será silenciada”
O presidente da Suprema Corte, Lord Reed, jogando uma pá de cal no caso, disse que os políticos escoceses não podem alterar leis relativas à independência porque isso só é permitido aos ingleses, pois qualquer alteração na lei inglesa afetaria o futuro do reino.
Segundo a mesma fonte, Lord Reed, ignorou a argumentação do Partido Nacional Escocês, que os poderosos do parlamento inglês permitiram que falassem no processo, para cumprir um quesito presente no direito do parlamento da Escócia referente à autodeterminação, segundo as leis internacionais vigentes. A Escócia havia tentado por quatro vezes seguidas, com quatro primeiros-ministros anteriores e todas as quatro vezes foi negado o pedido do parlamento escocês de independência, criado em 1998 quando os britânicos permitiram que a Escócia criasse leis normalmente reservadas a Westminster.
Ficou claro nas palavras seguintes do Lord o motivo da negativa, que, para um bom entendedor, jamais seria aceito. Lord Reed disse que, consequências legais ou não, o resultado do referendo teria poder para “fortalecer ou enfraquecer a legitimidade democrática da União”. Ou seja, a independência da Escócia abriria uma crise sem precedentes no Reino Unido frente a todas as outras crises enfrentadas pela Europa, como a pandemia e a guerra na Ucrânia.
Os dirigentes populares escoceses, bem como os líderes sindicais, certamente também sabem que o único caminho para a independência da Escócia é o povo na rua em manifestações sequentes, greves e união de todos os trabalhadores que têm que estar prontos a responder à violência do governo britânico, com violência. O movimento, já organizado, precisaria sair às ruas com mais força para conseguir sua independência pela pressão popular.
A burguesia atualmente é uma classe reacionária e, portanto, não tem condições de realizar uma revolução, apesar de a independência fazer parte das revoluções burguesas. No atual momento, quem deve liderar a mudança é a classe operária, a única classe atualmente capaz de entrar em conflito o sistema e levar reivindicações revolucionárias às ruas.
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