Está em marcha uma nova etapa da libertação das regiões de Donetsk e Lugansk, que compõem o Donbass, e se juntam a elas Kherson e Zaporizhia. As duas últimas foram recentemente libertas da dominação do governo fascista da Ucrânia e se uniram aos resistentes do Donbass para anunciar a realização de referendos populares para que suas populações decidam a respeito da integração de suas regiões à Rússia.
Vale lembrar que essa vontade já havia sido manifestada pelas populações do Donbass desde o início da resistência contra o governo golpista de Kiev ainda em 2014. Além de adotar uma política abertamente russofóbica que afetava diretamente uma enorme parcela da população ucraniana, o governo pró-imperialista lançou as milícias de extrema-direita, algumas assumidamente nazistas, contra a população dessas regiões fronteiriças à Rússia.
Os referendos estão previstos para ocorrer entre hoje e a próxima terça-feira, deixando o imperialismo em desespero. Entre os dias 13 e 14 deste mês, o Instituto de Pesquisas Políticas e Sociológicas da República da Crimeia realizou uma sondagem em relação à opinião da população das quatro regiões quanto à possibilidade de se integrarem à Rússia. A intenção de participar nos referendos atingiu porcentagens acima dos 70%, com pelo menos 80% de apoio à entrada na Rússia entre estes.
A avaliação da maioria das lideranças populares dessas regiões é de que se integrar ao território russo é crucial para proteger a população contra as marionetes do imperialismo que tomaram o governo de Ucrânia. Além disso, se trata de uma movimentação natural tendo em vista que compartilham da mesma língua e cultura, estando apartadas da Rússia há muito pouco tempo em termos históricos. A região do Donbass, por exemplo, teve enorme importância no processo de industrialização da União Soviética.
Não é por acaso que os soldados russos foram apoiados pela população dessas regiões quando avançaram contra as forças militares pró-Kiev, incluindo as diversas milícias fascistas que foram em grande medida esmagadas nesse processo. Para a imensa maioria do povo que vive ali, isso representou o despertar de um longo pesadelo que começou com o golpe de 2014.
Estamos diante de um importante exemplo de exercício do direito de autodeterminação dos povos. Evocado demagogicamente para apoiar aventuras do imperialismo no sentido de fragmentar países atrasados, esse direito é defendido agora numa trincheira real e em oposição ao imperialismo. Nossos correspondentes enviados esse ano ao Donbass conferiram isso pessoalmente e nos proporcionaram uma cobertura fiel dos acontecimentos. É preciso apoiar decididamente o direito das populações libertas de decidirem seu futuro.