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Henrique Áreas de Araujo

Militante do PCO, é membro do Comitê Central do partido. É coordenador do GARI (Grupo por Uma Arte Revolucionária e Independente) e vocalista da banda Revolução Permanente. Formado em Política pela Unicamp, participou do movimento estudantil. É trabalhador demitido político dos Correios e foi diretor da Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios)

Brasil e Camarões

Quem não faz toma

Seleção dominou o jogo todo, não fez os gols e foi derrotada no final

A derrota no futebol tem muitos inconvenientes além da própria derrota no jogo. Um deles é abrir os jornais no dia seguinte, em particular quando a derrota é da Seleção.

O tratamento dado à Seleção Brasileira é sempre diferente das outras. Quando a Argentina ou a Alemanha perdem, é zebra. “Uma potência foi derrotada”. Quando o Brasil perde, a imprensa fica encontrando não os motivos da derrota naquele jogo, mas uma explicação falsa que tenta provar porque a Seleção não seria mais a melhor do mundo. Esquecem que a graça do futebol é justamente que nem sempre o melhor ganha.

E no caso do jogo de ontem essa máxima do futebol valeu e muito. O Brasil dominou o jogo todo, foram mais de 60% de posse de bola, criou jogadas perigosas, a maioria dos jogadores apesar de jovens estavam tranquilos. Mas Camarões, no sua terceira chegada mais parigosa ao gol no jogo todo, no finalzinho, marcou e levou.

Por tudo isso, a superioridade do futebol brasileiro não pode ser questionada por um jogo. Fazer isso é ser leviano.

Apesar disso, a derrota tem sim um sinal de alerta e na minha singela opinião é um problema que vem se arrastando desde a Copa passada e que a presença de Richarlisson no jogo contra a Sérvia parecia ter se resolvido. Falta objetividade para a Seleção, falta mais rapidez e decisão na hora de fazer o gol, a impressão que se tem é que o time não procura o gol, mas o que mais bonito. Eles precisam entender que o bonito é fazer gol e que gol bonito é consequência dos gols que o time faz.

E nesse jogo contra Camarões uma das máximas mais perigosas do futebol se apresentou: quem não faz, toma. Foi isso. O Brasil não fez o gol, ou os gols que poderia ter feito, e tomou um gol no final, quando o tempo de reação já era pouco. É isso o que faz do futebol um esporte traiçoeiro e emocionante.

Claro que não dá para medir completamente a atitude do time pela atuação dos reservas, mas é um sinal de alerta mesmo assim. A Seleção de Camarões, pelas características do futebol africano, não montou aquela retranca brutal como montaram Sérvia e Suíça. Todas as seleções se fecham contra o Brasil, umas mais outras menos, e a experiência com Camarões foi importante para testar o time com seleções que se fecham menos. Precisa fazer gol, a zaga do Brasil é uma maravilha de zaga, mas zagueiro não faz milagre o empo todo. O time precisa meter gol e definir os jogos com tranquilidade, impondo um ritimo de jogo mais agressivo, sem medo de definir, de ir para dentro da área, de arriscar.

Na Copa, não se pode perder. Esperamos que a Seleção que volta quase completa para as oitavas tenha um comportamento diferente dos reservas contra Camarões.

Brasil segue sendo a melhor seleção da Copa, mas isso precisa se reverter em resultado positivo.

Do mais, vale aqui uma nota sobre a belíssima partida feita por Daniel Alves. O jogador mais velho do time parece mais novo. Estava em todas as bolas, defendeu, atacou, deu assistência, cavou falta e liderou a equipe. Sua atuação deveria servir para provar que a escolha de Tite foi correta e que as críticas contra ele não valiam um tostão furado. Na hora que precisou, lá estava Daniel Alves para cumprir a sua função e muito bem. Não sei se a imprensa vai falar disso, já que a regra é difamar os jogadores, mas foi isso o que aconteceu.

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