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Gabriel Araújo

Dirigente Nacional do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Editor da Tribuna do Movimento e do Boletim do Movimento. Militante do Partido dos Trabalhadores e colunista do Voz Operária-Rio de Janeiro.

Política Nacional

Quem dá posse é o povo!

Tomar as ruas de Brasília em 1º de janeiro!

MNLM

O povo trabalhador e as organizações de esquerda do Brasil, com um amplo movimento de massas, elegeram pela terceira vez o operário metalúrgico Luís Inácio Lula da Silva para ser presidente da República. Após 6 anos de intensivos ataques políticos e perseguições, a enorme pressão e descontentamento da sociedade brasileira conseguiram encontrar um canal de vazão de sentimentos e ações que se encontravam dispersos. Não foi à toa, não foi mero acaso. E apenas Lula poderia ser esse elemento de aglutinação do descontentamento disperso.

Lula é reflexo de um processo social de fato, é fruto do desenvolvimento das forças produtivas, muito distinto da comum artificialidade de diversos pretensos líderes de esquerda que existem no país. É preciso ter isso muito claro e evitar, o máximo possível, fazer um deslocamento abrupto de determinados sujeitos de todo o conjunto da vida social, podendo cair no esquematismo dos “engenheiros sociais” que vivem no mundo da ilha da fantasia. Não existe ser humano fora do todo, deslocado da sociedade e da natureza. Pensar em um Lula deslocado do desenvolvimento da sociedade brasileira é um completo absurdo analítico.

Muitos tentam atribuir a vitória a meras manobras de articulação política, à composição da coligação, acordos nos estados e bancadas parlamentares, a relações com empresários etc. Outros pensam que a grande figura da situação política foram o STF e o TSE. Dando status de primário ao secundário. Seria primário a questão das relações entre indivíduos e não de seres sociais, que existem como seres humanos, apenas e tão somente, por ser um ser social. Para esses, Lula saiu da prisão e se tornou presidente novamente por cima. Aliás, para esses, tudo se resolve por cima. É como se não houvesse encarniçadas lutas de classes neste território há mais de 500 anos. E ainda existe quem ouse dizer que somente o trabalhador é o “alienado” ante a realidade. Se, por um lado, o processo de produção capitalista provoca um estranhamento no trabalhador diante da realidade que o rodeia, na pequena burguesia, por não ser uma classe fundamental da sociedade, isso se reverbera de forma mais grave porque o trabalhador, pelo menos, se encontra no mundo real, vivenciando o processo de exploração e tendo de tirar saídas para o esmagamento de sua vida. Já a pequena burguesia, por ser em parte uma camada individualista, vive deslocada dos processos de vivência concreta e retira constatações arbitrárias.

A ida de encontro com o povo no segundo turno se mostrou crucial para conter a mobilização fascista e da burguesia (que injetou milhões na campanha do miliciano), assim como o processo de compra de votos com bilhões do orçamento secreto e da PEC da Compra de Votos. Foi o povo nas ruas que assegurou a vitória no segundo turno. As instituições burguesas do aparelho de Estado estão em completo esfarelamento, nada fizeram contra o golpe de Bolsonaro com a compra de votos e as ações da Polícia Rodoviária Federal que impediu eleitores do presidente Lula de chegarem em seus locais de votação. Tiveram de se valer de um golpe de Estado em 2016, porque nem mesmos as cláusulas do contrato social estabelecidas pela própria burguesia e suas instituições, eles conseguem cumprir. Claro aspecto de decadência. Muitos gritam aos quatro cantos: “Respeito às Instituições!” Não, meus caros, não respeito nenhuma instituição, nenhum aparato de poder político burguês. As únicas coisas dignas de respeito, dignas de confiança e de legitimidade, são as organizações de esquerda e populares. A nossa reivindicação, das organizações dos explorados, esmagados e invisíveis, é a reivindicação pelo completo esmagamento e destruição de todo o aparato de Estado que é a estrutura mediadora do estabelecimento da fome, da miséria, do desemprego e do domínio do imperialismo em nossa pátria. Portanto, para além de toda a pirotecnia sobre passagem de faixa presidencial, diplomação, recepção do parlamento; quem dá a posse de fato, é o povo!

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*As opiniões dos articulistas não expressam, necessariamente, as deste Diário.

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