Túlio Gadelha, da REDE, foi reeleito Deputado Federal em Pernambuco com 134.391 votos, o sétimo da bancada pernambucana, mas o primeiro pela sua coligação. Sua votação quase dobrou de 2018 para cá, no entanto, se engana em dobro quem acha que isso significou um avanço para a esquerda.
O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) está federado com a Rede Sustentabilidade desde maio de 2022. Em termos práticos, para as eleições isso quer dizer que em todo o País os partidos estarão obrigatoriamente coligados, ou seja, em termos proporcionais, a votação de ambas se somam uma à outra para jogar com as regras eleitorais.
No estado de Pernambuco, é necessário aproximadamente 200 mil votos para uma federação eleger um deputado. Nesse cenário, a verdade é que Túlio Gadelha não conseguiria chegar sozinho a esse patamar de votação, sobretudo com os votos da REDE, que não têm força em Pernambuco. Entretanto, graças aos votos do PSOL, ele se elegeu, mesmo que a coligação do Partido não tenha atingido a quantidade mínima de votos.
Sobre o fato, um detalhe importante é perceber que o PSOL não elegeu ninguém em Pernambuco entre seus candidatos. Isso, na verdade, não foi uma surpresa, mas a própria estratégia. Em reportagem exclusiva, o Diário da Causa Operária mostrou que o Partido não destinou verbas para seus candidatos em Pernambuco como, por exemplo, Robeyoncé, candidata a Deputada Federal não eleita justo porque a coligação não atingiu a quantidade mínima de votos, ou porque o PSOL teria escolhido outro para o cargo…
A distribuição de recursos de um fundo eleitoral de 100 milhões de reais no PSOL foi completamente desigual, na qual 3% dos candidatos receberam mais recurso do que os outros 97% juntos.
Portanto, todos os recursos que o PSOL investiu nas eleições para Deputado Federal em Pernambuco serviram somente para mobilizar suas bases em torno da candidatura de Túlio Gadelha. O eleitor do PSOL não votou num candidato do PSOL, votou num almofadinha da Globo, candidato da “esquerda”, aceitável dentro dos parâmetros da direita.
Na semana anterior às eleições, Fátima Bernardes, esposa do atual deputado, como se estivesse fazendo um grande serviço democracia e, ainda mais, como se a esquerda se importasse com seu voto, anunciou voto em Lula. O anúncio só chamou a atenção para o fato de que ela sempre foi uma grande inimiga dos trabalhadores, assim como a emissora em que se criou. Fátima é a “democrata” que faz o sacrifício de votar em Lula, pela primeira vez. Túlio é um garotinho aceitável que o PSOL topou eleger.