Uma crise política está tomando conta do panorama político norte-americano e europeu. Trata-se do envio do envio de um sistema de defesa aérea moderno para a Ucrânia, para ajudar o país capacho do imperialismo na guerra contra a Rússia.
Em primeiro lugar, a crise é aberta com os próprios trabalhadores destes países, que se opõem ao apoio aos nazistas da Ucrânia e que se opõem, especialmente, às sanções impostas contra a Rússia, que estão gerando, como resposta, o desabastecimento e a falta de gás para os países imperialistas.
No entanto, há também uma divergência entre os governos imperialistas que este envio de armas para a Ucrânia abriu. Trata-se da questão: os países atrasados, mesmo que politicamente subordinados ao imperialismo e agindo como bucha de canhão de seus interesses, podem ter armamentos modernos e, até mesmo, armas nucleares? Para o imperialismo, a resposta é não.
O governo alemão se opôs a enviar mísseis PATRIOT para a Ucrânia, defendendo que fossem colocados ao redor da fronteira ucraniana. Ou seja, nem mesmo um governo totalmente capacho de seus interesses pode se armar se for um país atrasado. Para os demais países, principalmente para aqueles que enfrentam sua política fundamental, o imperialismo não tolera o mínimo de soberania nacional sequer.
A orientação geral do imperialismo é impedir totalmente os países atrasados de se armarem. Não à toa, no Brasil, o almirante Othon, pai do programa nuclear brasileiro, foi preso. O capital internacional controla os Estados nacionais dos países atrasados e, logo, também o judiciário, o Congresso e os demais setores da burocracia estatal. Com isso, o imperialismo subordina esses países à sua política e impede qualquer desenvolvimento, qualquer esboço de autodeterminação e, portanto, também o armamento desses países.
Os acordos internacionais “em defesa da paz”, enquanto subsistirem as condições de produção capitalistas e a luta de classes, também cumprem esta mesma função: impedir o armamento dos países atrasados, enquanto o imperialismo fortalece o seu arsenal militar e mantém a sua ditadura mundial pela força.
Nessas condições, a derrota militar da Ucrânia – que, na realidade, é uma derrota militar dos países desenvolvidos contra a Rússia – é uma vitória de todos os povos oprimidos. É a derrota da ditadura militar que oprime todas as civilizações atuais. No entanto, é preciso ter claro que a Ucrânia é um joguete nas mãos dos monopólios internacionais, mas não é um país imperialista – e esse episódio revela isso. Trata-se de um governo extremamente impopular, que foi impulsionado artificialmente pela OTAN, mas que, nem mesmo assim, recebe as armas dos países imperialistas. Com os países oprimidos, logicamente, a situação é muito pior.