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"Terrorismo"

O novo Capitólio, ou a histeria coletiva

Esquerda entra em pânico com "ameaça de golpe bolsonarista"

Novo capitólio

A imprensa de esquerda está tratando as paralisações dos caminhoneiros e o bloqueio de estradas como terrorismo. Pede punição para aqueles que ‘na noite da clandestinidade, construíram uma máquina de violência e destruição’. São bárbaros que chegaram a montar 420 bloqueios. E, como se não bastasse, ‘milhares de bolsonaristas estabeleceram um acampamento de dias, e passam o dia a proferir ameaças selvagens à democracia.

Qualquer um pode ver que não pode ser uma boa ideia criticar acampamentos, ainda mais se considerarmos que durante 580 dias a esquerda acampou em frente ao prédio da PF, em Curitiba, exigindo a libertação de Lula. Muito menos se deve criminalizar o bloqueio de estradas, ou ainda veremos os ‘progressistas’ chamando a polícia contra o Movimento Sem-terra,

A mesma imprensa que, antes das eleições, esperava ansiosa que os caminhoneiros promovessem paralisações e bloqueios ante o aumento abusivo dos combustíveis e assim prejudicassem Bolsonaro eleitoralmente, vem agora pedir investigação e punição dos responsáveis. Afinal, está havendo desabastecimento; remédios já começam a faltar; ambulâncias não podem circular; atentam contra o direito de ir e vir. E tudo o mais que já estamos cansados de ouvir.

Para refrescarmos a memória, em 2018, sob o governo Temer, houve uma greve de dez dias dos caminhoneiros em protesto contra a política de preços de Pedro Parente, que fez com que o litro de diesel ficasse em média R$ 4,40 no país. Apenas alguns setores da esquerda insistiram na hostilização aos caminhoneiros. A responsabilidade recaiu, pelo menos nos primeiros dias, sobre o governo.

O que mudou nesses quatro anos para a esquerda? Por que a falta de remédios e alimentos nas prateleiras não foi considerada ‘terrorismo’ como agora? A imprensa burguesa se manteve coerente e, como é de seu costume, criticou a paralisação, tanto aquela quanto esta. Desta vez, porém, ganhou uma aliada inusitada. Os caminhoneiros conseguiram a façanha de unir a direita e a quase totalidade da esquerda contra eles.

Os heróis da vez

Não faltam fotos e vídeos de torcidas organizadas acabando com bloqueios. Em todo o lugar se fazem elogios a essas agremiações que toda a esquerda pequeno-burguesa acha que devem ser extintas.

As torcidas organizadas, que até ontem eram odiadas pela grande imprensa, que as tratavam como um bando de arruaceiros, gente violenta, agora as aplaude. Falta pouco para serem chamadas de as guardiãs da democracia, mas esse posto já está ocupado por ‘Xandão’ (Alexandre de Moraes) o ‘caçador de fake news’.

Isso só ocorre porque alguns setores de torcidas organizadas (em geral, direitistas) está contra os caminhoneiros. Porque os caminhoneiros são os grandes vilões, os grandes golpistas, bolsonaristas e o diabo a quatro. Quando a “crise” com os caminhoneiros acabar, os membros das torcidas organizadas voltarão a ser tratados como vândalos e bandidos.

O novo Capitólio

O medo paira sobre a esquerda, que ao menor barulho soa o alarme. Ela Ficou meses prometendo que Bolsonaro daria um golpe durante as comemorações da Independência, no 7 de Setembro.

Chegada a data, Bolsonaro deu uma grande demonstração de força com dezenas de milhares de apoiadores nas ruas. Enquanto isso, os alarmistas ficaram em casa, pois ─ morrendo de medo ─ diziam que era preciso ‘evitar o confronto’. O golpe não veio e toda imprensa fingiu que não tinha falado nada.

Os esquerdistas fizeram a mesma coisa em 6 de janeiro do ano passado, quando um grupo de manifestantes trumpistas invadiu o Capitólio de Washington. A imprensa, de bate-pronto, começou a gritar que se tratava de golpe. Seria a primeira vez na história que um sujeito com chapéu de chifres e mais uns aloprados, sem apoio do exército, conseguiriam dar um golpe de Estado. A esquerda americana e internacional temia um golpe de Trump, e só poderia ter sido assim, uma vez que apoiou Biden, o ‘mal menor’ que está tentando envolver o mundo em uma guerra generalizada.

A história se repete, estão dizendo que os manifestantes nas estradas aqui no Brasil estão tentando um golpe. Não estamos vendo os tanques nas ruas, como será que pretendem tomar o poder? Aliás, a polícia, elemento fundamental em um golpe de Estado, está reprimindo os manifestantes, como no caso da prisão de dezenas de caminhoneiros.

A paz e o amor, cadê?

Aquela esquerda que propagandeava o ‘Lulinha paz e amor’ só fala em multar e prender. Tudo virou terrorismo. Os bloqueios das estradas viraram terrorismo. O assassinato de um jovem na favela de Paraisópolis (SP), na campanha de Tarcísio de Freitas para o governo do Estado, foi chamada de terrorismo e comparado ao atentado do Rio Centro.

Se matar um jovem em uma favela no Brasil, especialmente São Paulo, é um ato de terrorismo, o que essa gente está esperando para pedir o fim da Polícia Militar?

O atentado do Rio Centro é comparável a atirar em alguém? Em 1981, havia 20 mil pessoas em um show de MPB. Se o atentado a bomba tivesse tido êxito, dá para imaginar o que aconteceria com essas pessoas em pânico correndo?

É preciso parar de banalizar a palavra terrorismo, pois a única coisa que estão fazendo é contribuir para a disseminação do medo e da histeria, contribuindo para que as pessoas fiquem em casa, escondidas debaixo da cama. E essa mania de criminalizar tudo vai se voltar contra a própria esquerda.

A histeria coletiva tem feito aqueles que, nas redes sociais, até ontem, diziam que o amor venceria o ódio, achem graça do atropelamento de 16 pessoas, pois se tratava de bolsonaristas, incluindo duas crianças ─ uma de dez e outra de onze anos.

O que fazer?

Seria crime pedir intervenção militar? Os militares, quando intervieram, quando deram golpes, não consultaram ninguém da população, nem mesmo a conservadora. É uma opinião, e mesmo que não concordemos devemos respeitar o direito das pessoas de emitirem suas opiniões. Velhas de cadeira de rodas e velhos de pijama pedindo para que os militares ajam não é a mesma coisa que a ação dos militares.

Se quisermos nos contrapor a essas manifestações, basta retornarmos às ruas e fazermos atos de apoio ao governo eleito. Fortalecer as instituições do Estado burguês é um péssimo negócio, pois elas sempre agiram contra a classe trabalhadora.

A esquerda deveria chamar manifestações próprias de apoio ao governo Lula. Em vez de ficar chamando a polícia, a tropa de choque, o apoio ao STF, essa instituição golpista de primeira hora.

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