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Oriente Próximo

Mais uma calúnia do PSTU contra o Eixo da Resistência

"Irã, declare guerra a 'Israel'", exige a LIT-QI, combativa organização incapaz de distribuir um panfleto

Em seu Manifesto de Primeiro de Maio, a Liga Internacional do Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), organização da qual o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) é afiliado, apresenta a sua solução mágica para a crise no Oriente Próximo. Segundo o texto, bastaria que o Líbano e o Irã fossem governados pelos quadros da Liga que todo o sofrimento do povo palestino seria extinto. Que azar dos palestinos, que provavelmente nunca ouviram falar em tal organização!

Diz o texto:

“As principais forças do chamado eixo da resistência, o regime iraniano e o Hezbollah libanês, declararam apoio aos palestinos, mas seus líderes, Ayatollah Khamenei e Hassan Nasrallah, afirmaram que não promoverão ataques militares efetivos a Israel em solidariedade aos palestinos. Só responderão, apenas se seus países, o Irã e o Líbano, forem atacados por Israel, como já ocorreu. É preciso exigir que Irã, Líbano e demais países árabes declarem imediatamente a guerra a Israel”.

É, no mínimo, muita pretensão. Os militantes da LIT-QI, que não possuem influência sobre qualquer mobilização anti-imperialista, cobram do Irã e do “Líbano” que declarem guerra a “Israel”.

Em outras palavras, a LIT-QI os acusa de serem os responsáveis, parcialmente ou integralmente, pela existência de “Israel”. Portanto, ao não declararem guerra contra a entidade sionista, estariam contribuindo para o genocídio do povo palestino.

É difícil levar a sério tais acusações de um grupo que é incapaz de tirar a bunda do sofá para defender o povo palestino. O PSTU, por exemplo, foi incapaz de, mesmo após o 200º dia da Operação Dilúvio de al-Aqsa, publicar um panfleto sobre a causa palestina.

Não colou um único cartaz, não fez esforço real algum para reduzir a pressão do sionismo no Brasil. Pelo contrário: em mais de uma oportunidade, boicotou as manifestações de apoio ao povo palestino no País.

Ainda que levássemos a LIT-QI a sério, a sua “solução” para a causa palestina também é uma piada. Em primeiro lugar, não faz sentido algum criticar Hassan Nasalará pelo fato do Líbano não ter declarado guerra a “Israel” simplesmente porque ele não é o chefe de Estado do Líbano.

Do ponto de vista legal, ele não tem autoridade alguma sobre o país. Como poderia, então, declarar guerra?

Não é porque o Hesbolá é um partido libanês que ele responda pelo Estado libanês. A confusão feita pela LIT-QI neste caso já é mais que suficiente para comprovar que o objetivo de sua crítica não é de fato apresentar uma solução, mas sim caluniar as forças envolvidas na resistência contra a entidade sionista.

Daremos, contudo, mais uma colher de chá para a LIT-QI. Imaginemos que a organização, especialista em caluniar os partidos e países na luta contra a dominação imperialista, tenha cometido um “equívoco”. Suponhamos ainda que a Liga tivesse apenas instigando o Hesbolá, na medida que tem um importante exército constituído, a declarar guerra contra “Israel”.

Bom, se for esse o caso, o Hesbolá não precisa de nenhum conselho da LIT-QI: eles já estão em guerra contra “Israel”. Eles, na verdade, foram forjados na guerra contra a entidade sionista e nunca pararam desde então. Desde o dia 8 de outubro de 2023, o Hesbolá vem combatendo as tropas sionistas no norte de “Israel”, em um gesto explícito de solidariedade ao povo palestino. A guerra no norte de “Israel”, por sinal, tem dado grandes resultados, ao ponto de que o Hesbolá já provocou milhares de baixas no exército inimigo.

No final das contas, a única formulação mais ou menos honesta que a LIT-QI poderia ter é: “o Irã e o Hesbolá não estão imersos em uma guerra total contra ‘Israel'”. E esse é, finalmente, o único fato no qual a LIT-QI se apoia para se opor à ação revolucionária do Eixo da Resistência.

A questão, contudo, é que nem mesmo essa é uma crítica válida, e que só poderia ter vindo de um grupinho cuja atuação se resume a publicar declarações esporádicas na Internet para defender os interesses do imperialismo em países como Ucrânia, Venezuela, Cuba e Nicarágua. O fato de o Irã e o Hesbolá não partiram para uma “guerra total” não é serve para provar o quanto essas forças apoiam os palestinos ou não, pois a questão central aqui não é política, mas estratégica. O Irã, que é o grande arquiteto da resistência, considera que uma política tenaz de desgaste do inimigo seja muito mais eficiente do que a “guerra total”.

Fosse a LIT-QI honesta, ela entraria neste debate: a política de desgaste é o melhor método ou não? Mas a LIT-QI não entra nesse mérito, pois quer fazer da escolha estratégica do Irã uma acusação de traição dos palestinos.

Se a estratégia do Irã é correta ou não, basta analisar os fatos. Do dia 7 de outubro de 2023 até agora, “Israel” apenas colheu derrotas, enquanto o Eixo da Resistência se fortaleceu de uma maneira inacreditável. O Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) está sendo recebido por chefes de Estado, como Recep Erdogan, da Turquia.

Os Estados Unidos estão experimentando uma grande mobilização da juventude em seu próprio país. O Irã, localizado em uma posição decisiva para o controle do petróleo mundial, estabeleceu um novo poder de dissuasão na região. O resultado é, portanto, que a correlação de forças no Oriente Próximo mudou drasticamente em favor dos oprimidos nos últimos meses.

Tivesse o Irã adotado outra política, teria feito exatamente o que “Israel” queria: que a guerra se generalizasse e tornasse tudo mais complicado para os persas e os árabes administrarem. Afinal, se os Estados Unidos e a União Europeia entrassem na guerra, o Irã teria de lidar sozinho com o conflito – quantos combatentes a LIT-QI enviaria para defender o país persa? Ao passo que, com a política que vem levando até o momento, o Irã, em sintonia com países como a Rússia e mesmo a China, conseguiu montar uma verdadeira armadilha para o sionismo, que afunda a cada tentativa de sair dela.

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