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Um alerta a esquerda nacional

No RJ, política da esquerda deverá conduzir direita à vitória

A esquerda pequeno burguesa no Rio de Janeiro mais uma vez se une contra Lula, o PT comete o erro de apoiar um candidato golpista e resta ao PCO liderar a luta contra o golpe

A esquerda no Rio de Janeiro mais uma vez aprofunda os seus erros durante as eleições. O segundo mais importante estado do país tem uma disputa para o governo entre dois candidatos de direita, visto que o PT abdicou de lançar candidatos. Agora o favorito para a vitória é o candidato de Bolsonaro, Claudio Castro, um desconhecido que assumiu após Wilson Witzel ser derrubado e é conhecido pelo recorde de chacinas. Esse é o resultado da falência política da esquerda carioca.

O candidato apoiado pelo PT no Rio de Janeiro é Marcelo Freixo, ex-PSOL e agora PSB. Ele é conhecido dentro da esquerda por ter apoiado a operação Lava Jato, nunca ter se colocado em defesa da liberdade de Lula e por ser um defensor da polícia militar. Entre os meios mais conservadores sua figura é deturpada para parecer um radical de esquerda. É conhecido por supostamente “passar a mão na cabeça de bandido” ou por ter atuado na comissão de direitos humanos enquanto deputado (embora seja defensor da PM). Ele também é conhecido por ser defensor da legalização das drogas (política que abandonou oficialmente) e por ser um ex-psolista. Basicamente Freixo é extremamente impopular tanto entre a esquerda quanto entre a direita.

Nessa disputa, a esquerda petista tem uma posição mais correta. Há uma aversão generalizada a Marcelo Freixo devido a seu passado (e presente) golpista. Já a direita tem uma visão deturpada do candidato ─ ele de forma alguma é defensor dos “bandidos” (ou seja, dos favelados), Freixo sempre foi um aberto defensor da polícia. Ele defendeu as UPPs, ocupações militares das favelas, no famoso caso do assassinato na ponte Rio Niterói em 2020 ele se colocou ao lado da polícia assassina. Seu discurso esquerdista é apenas demagogia, na prática chega a ser difícil definir quem é o maior sindicalista da PM, ele ou Cláudio Castro.

Freixo não só sempre foi direitista como agora é abertamente de direita. Ele abandonou o PSOL para o PSB em 2021, recebe dinheiro de banco e escolheu um vice do PSDB, César Maia. Na prática o PT decidiu apoiar um candidato da direita tradicional, como havia feito até 2014 com o PMDB mas em um momento em que essa direita não consegue mais vencer nada. É um candidato para ser derrotado e, mesmo que vitorioso, seria uma derrota para os trabalhadores visto que é um representante da burguesia golpista. Nas eleições de 2016, o mapa de eleitores de Freixo no Rio de Janeiro era igual ao de Aécio Neves (PSDB) em 2014, sendo popular entre os moradores da burguesa zona sul.

Contudo, a escolha de Freixo como candidato ao governo não é terrível apenas por ser um abandono da esquerda de tentar governar o estado, é ruim inclusive para a campanha de Lula. A escolha do candidato golpista enfraquece a campanha no Rio de Janeiro, tem um efeito semelhante ao que tem Alckmin na campanha nacional e ainda maior do que o que tem a candidatura de Márcio França (PSB) ao Senado em São Paulo, apoiado pelo PT. Não há uma candidatura combativa em conjunto à de Lula que fortaleça o ímpeto dos militantes do PT, eles em grande parte fazem campanha para Freixo por obrigação ou por medo da vitória da direita.

Freixo também durante a campanha eleitoral foi protagonista de um golpe contra o PT. Ele, em conjunto com Molon (PSB), quebrou o acordo que havia sido estabelecido com a direção do PT da chapa de governo e senado ─ nele o PT lançaria o vice-governador e o senador e o PSB lançaria o governador. Contudo, o PSB decidiu por lançar um candidato próprio ao Senado e um candidato do PSDB para vice, passando completamente por cima do PT e retirando em grande parte da campanha qualquer candidato petista à exceção de Lula ─ um golpe aberto contra a campanha do ex-presidente.

Aqui é preciso destacar a participação do PSOL em todo o processo golpista. Na realidade o partido parece ter se tornado um apêndice do PSB no Rio de Janeiro. Muitas das figuras mais importantes do partido, como o próprio Freixo, migraram para o PSB e na prática ele segue comandando PSOL. O partido definiu em sua convenção nacional o apoio a Molon, com muitos vídeos de apoio, inclusive do próprio Guilherme Boulos. O partido, que antigamente se apresentava como a super esquerdista alternativa ao PT, agora está em aliança aberta com a direita golpista.

O PSOL no Rio de Janeiro cresceu criticando o PT por suas alianças com a direita, atacava principalmente o PMBD, Eduardo Paes, Sérgio Cabral etc. Agora o mesmo partido defende toda essa corja direitista. O PSOL apoiou Eduardo Paes nas eleições de 2020 se colocando contra a candidata do PT, Benedita da Silva, e agora, após diversas eleições com candidato próprio quando havia um candidato do PT ou seu aliado real, eles apoiam o candidato da direita golpista. É um partido totalmente pró-imperialista que está falindo até mesmo no Rio de Janeiro devido à sua política golpista.

Enquanto o PSOL apoia abertamente o golpista Marcelo Freixo, os demais partidos da esquerda pequeno-burguesa lançam seus candidatos anti-Lula. À exceção de Luiz Eugênio do PCO, os candidatos do PSTU, PCB e UP são todos anti-Lula, todos possuem um candidato próprio à presidência. Ou fazem a campanha ultraesquerdista anti-PT ou são laranjas para Marcelo Freixo, o qual já sabem que apoiarão no segundo turno das eleições. O PCB e a UP, que fazem parte do pequeno sistema psolar, certamente irão apoiar o amante da PM.

Ainda há um setor da esquerda que não foi comentado mas que apresenta também uma política vergonhosamente direitista: a ala direita do PT. O principal dirigente dessa ala, Quaquá, é quem comanda o PT estadual. A sua posição nunca foi de apoio a Marcelo Freixo, mas sim ao próprio Claudio Chacina. A política dessa ala é tão fisiológica que André Ceciliano (PT) era presidente da ALERJ sob o governo do atual governador bolsonarista, e não só isso como ele foi o escolhido para ser candidato ao Senado. Ceciliano durante a campanha dividiu mais de uma vez o palanque com o responsável pelas chacinas do Jacarezinho, do Salgueiro e da Vila Cruzeiro. Com essa política, esse setor do PT só atrapalha a campanha pela eleição de Lula.

O quadro da eleição ao governo do Rio de Janeiro mostra a falência total da esquerda no estado. Ele vai de encontro à tendência mundial. Com essa política o único resultado possível é a vitória da extrema direita, como acabou de acontecer na Suécia esta semana. Resta apenas um Partido disposto a levar às últimas consequências o combate à direita golpista e a extrema-direita, a defender as principais reivindicações dos trabalhadores, a não se dobrar ao oportunismo fisiológico: o Partido da Causa Operária. Todos os cariocas que desejam lutar em defesa dos trabalhadores têm esse farol para iluminar seu caminho.

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