Ao contrário de onguistas que insistem na existência de um suposto “sionismo de esquerda”, mais uma vez Benjamin Netanyahu venceu para resolver a crise em Israel. A imprensa local, como o jornal Times of Israel, está recauchutando Netanyahu como sendo político de centro, o que não passa de uma falsificação, e que ele dirigirá uma coalizão ampla, que inclui alguns ortodoxos. O líder israelense, quinze anos no poder, fazem dele o político mais longevo do país.
Em todo tempo que esteve no poder, garantiu a ampliação do Estado de Israel e a imposição de um regime de apartheid, com quase todos os requintes nazistas. O líder israelense, com um regime de força contra os palestinos, é instado como líder sionista a serviço do imperialismo, mas, de acordo com Nelly Gutina, autora israelense, comentarista de política, afirmou em entrevista para a Sputnik que “Ao escolher Netanyahu apesar da pressão do governo americano e da UE, a sociedade israelense mostrou independência e soberania […]. Não sabemos como o quebra-cabeça geopolítico se desenrolará durante o atual confronto global, mas podemos ter certeza de que hoje Israel é liderado por um jogador competente e experiente no campo geopolítico, e não um vassalo da administração americana.”
Sendo ou não um vassalo, Netanyahu é um pivô em Israel, a coalizão organizada por Netanyahu conquistou 64 cadeiras no Kesnet, de 120 assentos, abrindo caminho para seu retorno político. Em 6 de novembro, Netanyahu instou seus colegas legisladores a se unirem para “servir o povo de Israel”, garantindo a liderança de um país que exige o apartheid em nome da segurança. A construção dessa rotina de destruição da palestina, aparelhamento do Mossad e forças de segurança, ao mesmo tempo é consequência do imperialismo, que atua frequentemente na desestabilização da região. Esse fato não exclui o fato de o sionismo ser um movimento internacional impulsionado por bilionários norte-americanos e do mundo inteiro.
Netanyahu faz o jogo de força e mantém relações tanto com Estados Unidos quanto Rússia, mantendo sua posição de fortalecimento regional. Apesar das relações com Putin serem estáveis, Netanyahu faz parte do consórcio bélico que fortalece a posição da Ucrânia. Com isso, Netanyahu se equilibra para produzir as atrocidades contra a Palestina, não sendo a toa que seu retorno tenha sido tão festejado, muito embora a imprensa liberal de Israel e dos Estados Unidos lamente o conservadorismo de Netanyahu, mas o silêncio sobre o apartheid e sobre o aparelhamento do governo paire. Na realidade, o ataque moderado ao conservadorismo de Netanyahu não afeta os interesses do imperialismo no caso israelense, pois o crescente sionismo religioso da facção Otzma Yehudit, liderada por Bezalel Smotrich e Itamar Ben Gvir, fortalecerão o Estado de Israel naquilo que o imperialismo mais necessita, um proxy que possa ser manejado contra o Irã e outras insurgências islâmicas.
Líderes da ala liberal do imperialismo apontaram a antiga adesão de Ben Gvir ao movimento juvenil com o grupo nacionalista Kach. No entanto, o líder de Otzma Yehudit, deu de ombros as críticas e enfatizou em uma entrevista: “Eu cresci, moderado e comecei a entender que a vida é mais complicada”. Essa afirmação resume o estado bruto de Israel a esta altura, com escalada rebelde da Arábia Saudita, crise no Chifre da África, estado de guerra do Irã, resistência iemenita e contrarrevolução no Iraque, além do fortalecimento da Síria, cada vez mais consciente de sua força. No caso do Oriente Médio, em face de tanta barbárie imperialista, os regimes tendem a ser de força, e, especificamente em Israel, se perpetua como um regime de extrema-direita.