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FUP denuncia

Nas “tetas” da Petrobrás, empresa privada aumenta lucro em 165%

Empresa ligada a Guedes e que tem no seus quadros o ex-presidente da Petrobrás é uma das beneficiárias do esquema de vampiros que suga a riqueza do petróleo nacional

A Federação Única dos Petroleiros (FUP), filiada à CUT e que agrupa a maioria dos sindicatos do setor do País, denunciou em sítio eletrônico que uma empresa privada, a 3R Petroleum, fundada em  2014 (pouco antes do golpe de Estado de 2016)  “tornou-se expoente do novo mercado adotando uma velha prática do setor, a chamada porta giratória – quando executivos envolvidos em uma ponta do processo passam para o outro lado do balcão, atuando em companhias privadas que compram justamente espólio da estatal da qual vieram”.

Segundo a FUP, em matéria publicada originalmente no The Intercept, “pelo menos 12 profissionais da 3R vieram da Petrobrás, inclusive o ex-presidente da estatal, Roberto Castello Branco, responsável por alavancar o programa de desinvestimento no governo Bolsonaro. Castello Branco é o atual presidente do Conselho de Administração da 3R”.

Segundo a denuncia, o caso da 3R Petroleum está longe de ser o único no setor, e integra um dos mercados mais lucrativos de todos, que se formou a partir do governo FHC que aprovou a famigerada Lei do Petróleo, em 1997, responsável por derrubar o monopólio da Petrobras o setor.

O “democrata” tucano –  que promoveu contra os petroleiros a maior repressão a uma greve operária das últimas décadas (em 1995), com forte esquema de repressão e uma política que buscou (com apoio do judiciário) levar à falência os sindicatos da categoria, com multas milionárias – foi o pai de toda essa verdadeira pirataria que hoje movimenta bilhões.

Na época,  o País extraía cerca de 1 milhão de barris de petróleo por dia. Hoje, são mais de 2,8 milhões de barris por dia, produzidos por mais de 40 empresas – a Petrobrás é a gigante absoluta, respondendo por 93% da produção, mas através de vários mecanismos aprofundados nos governos golpistas de Temer e Bolsonaro, os gigantescos lucros do negócio do petróleo vão para os acionistas privados da Petrobrás e para as empresas privadas que negociam com ela.

No caso da 3R Petroleum, ela foi diretamente beneficiada pelo  programa de desinvestimento da Petrobrás e pela política de “preço competitivo” (na realidade “preço de banana”) de algumas das aquisições que realizou.

Só no governo Bolsonaro, a companhia comprou nove polos de gás e petróleo ofertados pela estatal – três deles, ainda em fase de transição. Além do ex-presidente da Petrobrás, que agora dirige a 3R, outro elemento conhecido da população vinculado à negociata é o  ministro da economia, Paulo Guedes. Defensor e praticante da política de privatização da Petrobrás, Guedes é ex-sócio (e fundador) do BTG Pactual, banco que detém uma pequena parte (3,68%) do capital social da 3R. O banco ligado a Guedes também ajudou a levantar dinheiro para o grupo adquirir ativos.

Conluio com banqueiros

Segundo a matéria do The Intercept, “além do BTG Pactual, a companhia conta com outros fundos e bancos para capitalizar e realizar novas aquisições. E tem atraído parceiros de peso como a família Gerdau, dona de 10,9% do capital da empresa, por meio da Gerdau Investimento“.

Reafirmando o caráter entreguista do governo Bolsonaro, somente em 2022, a 3R contraiu dois empréstimos no total de US$1 bilhão para poder “comprar” o polo Potiguar, o maior e mais valioso ativo da Petrobras que entrará para o portfólio do grupo. O acordo de compra e venda foi assinado em janeiro deste ano – o preço supera 1,3 bilhão de dólares.

No último balanço divulgado, a 3R registrou receita líquida no terceiro trimestre deste ano de R$ 502 milhões, um aumento de 161% em relação ao mesmo período de 2021. Já o lucro líquido foi de R$469 milhões, um fabuloso crescimento de 1.364%, comparado ao trimestre anterior.

Entreguistas

Somente no período em que Castello Branco esteve à frente da Petrobrás (dois anos e três meses) , a estatal vendeu 37 campos de petróleo. Só com a 3R, nesse período, os campos negociados renderam cerca de R$ 3,8 bilhões, em valores atuais.

O governo Bolsonaro que fez campanha se dizendo um “combatente da corrupção”, colocou (por indicação de Guedes), Castello Branco na presidência da Petrobrás logo depois das eleições de 2018. Ele permanece no posto de janeiro de 2019 até 12 de abril de 2021.

Na sua gestão, a Petrobrás realizou sucessivos reajustes no preço da gasolina e do diesel, promovendo crise até mesmo no governo Bolsonaro, mostrando que o governo – de fato – não manda na empresa, que está sob o controle dos abutres capitalistas que sugam seus recursos.

Após deixar a estatal, Castello Branco assumiu o conselho da 3R, e a companhia faturou R$469 milhões só no terceiro trimestre deste ano.

O caso da 3R entre tantos outros evidencia a necessidade de pôr fim à essa sangria, nacionalizando o petróleo e reestatizando a Petrobrás (100% estatal), revogando os efeitos nefastos da política entreguista adotada desde a era FHC e aprofundada com o golpe de Estado. É o único caminho para colocar a riqueza do petróleo à serviço dos interesses do povo brasileiro, o seu verdadeiro e único dono.

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