O jornalista petista Breno Altman foi ao Twitter para atacar o PCO e acobertar de forma constrangedora os grupos que estão envolvidos no escândalo do financiamento imperialista inicialmente denunciado por este Diário. Ele disse “Todos os partidos de esquerda já receberem recursos de “fundações burguesas”, daqui ou de fora. Ou essa “denúncia” já foi feita a todos.”. O jornalista continua por lamentar que as acusações feitas por nós tenham tão amplo público: “Que um pequeno partido atue como seita, disseminando a divisão e a cizânia, não é novidade…O duro é quando militantes de um partido de massas caem nessa cantilena e reproduzem esse sectarismo doentio”.
Altman, para completar o lamentável argumento, atribui a Lênin a seguinte frase “na luta de classes, não importa de onde vem os recursos, mas para onde vão”.
A colocação do jornalista busca desculpar e legalizar o financiamento de setores da esquerda por parte de fundações mantidas pelo grande capital e o imperialismo para influenciar no debate político. Coloquemos o critério dele à prática.
A Fundação Ford financiou o movimento “Não vai ter Copa” que lançou Guilherme Boulos e foi um prelúdio do golpe de 2016. A mesmo Fundação Ford, em conjunto com a Fundação Open Society, financiaram a operação claramente imperialista para sabotar a construção da Usina de Belo Monte, que teve como porta-estandarte, a vice da chapa presencial de Boulos, Sonia Guajajara. Financiaram também vários órgãos que não eram amigos dos governos do PT, atacavam-no tacitamente e promoviam estas lideranças citadas, como é o caso da Mídia Ninja.
O ex-ministro Aldo Rebelo, ministro dos Esportes no momento da copa, acusa estas ONGs de tentarem desestabilizar o governo do PT.
O jornalista pergunta para onde vai o dinheiro? O dinheiro vai para atacar os interesses populares e nacionais. Mas engana-se ele ao pensar que isto é a única coisa que importa.
A “filantropia política” como batizou George Soros tem sido uma ferramenta de cooptação de amplos setores mundo afora. Os governos da Rússia, China e Venezuela (todos mais conscientes da atuação imperialista), já lançaram leis regulamentando estas ONGs estrangeiras e até banindo algumas delas. Em Cuba, nenhuma delas tem autorização para operar.
Neste cenário, dizer que a atuação destas organizações não se torna cumplicidade com a política do imperialismo é pura hipocrisia.
Qualquer pessoa consciente, com uma ideias populares e anti-imperialistas, deveria defender que a esquerda trace uma linha separando as organizações que vivem do apoio dos setores populares, das organizações que vivem do financiamento de órgãos imperialistas.
O caso da Mídia Ninja chama atenção, apenas em 2020 receberam 140 mil dólares (mais de 700 mil reais) da fundação de George Soros. Está bem claro que dependem destes e outros patronos para existir, que são em última instância, dependentes do imperialismo norte-americano. O jornalista Breno Altman busca tapar o sol com a peneira, tenta, sem muito sucesso, levar os militantes do PT a acompanhá-lo nesta inglória tarefa. É preciso ser claro, absurdamente claro, o golpe continental dos EUA contra os vários países da América Latina conta com um apoio dentro da esquerda, e a esquerda das ONGs é a ponta de lança desse esforço.