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Mais arrocho salarial

Nadando em dinheiro, às custas dos trabalhadores

A categoria amarga uma crescente perda salarial. Os bancários para que, minimamente, pudessem restabelecer o seu poder de compra deveria ter reajustado os seus salários em 100%

Mesmo os banqueiros apresentando recordes de índices atrás de índices de lucros, as direções sindicais fecharam acordos miseráveis de reajustes salariais para os bancários, nessa campanha salarial, em contradição ao mar de dinheiro que os banqueiros estão nadando.

Ao contrário da realidade, as direções sindicais defendem como uma “vitória”, “conquistas” e “avanços” os minúsculos reajustes estabelecidos nessa campanha salarial, na qual os sindicalistas abandonaram a luta pela reposição integral das perdas e por aumento real dos salários e, mesmo com um pauta de reivindicação já rebaixada, mantiveram o arrocho salarial para toda a categoria, quando aceitaram a proposta miserável dos banqueiros de 8% (a inflação somente nos gêneros alimentícios, que mais pesa no bolso do trabalhador, passou dos 14%) para 2022 e, em 2023 o INPC mais 0,5% de “ganho real”, no famigerado acordo bianual.

Em contraposição, a mais esse ataque aos trabalhadores bancários, os banqueiros vêm sistematicamente tendo lucros exorbitantes. Somente no ano passado o lucro líquido do sistema de bancos foi de R$ 132 bilhões, valor 49% superior ao registrado em 2020 e 10% acima do ano de 2019.

Não foi por um acaso que os banqueiros privados foram um dos maiores financiadores do golpe de Estado de 2016 e, os números, não deixam dúvidas que eles são um dos maiores golpistas. Do golpe até aqui os banqueiros vêm batendo recordes de lucros e, no ano passado faturaram alto. O Banco Itaú/Unibanco registrou, em 2021, lucro líquido de R$ 26,9 bilhões, resultado 45% maior que o de 2020, quando havia lucrado R$ 18,5 bilhões. O Bradesco obteve lucro recorde de R$ 26,2 bilhões em 2021, alta de 34,7% na comparação com o ano anterior. O banco imperialista espanhol, Santander, em 2021 teve um lucro de R$ 16,4 bilhões, alta de 7% em relação a 2020. O BTG Pactual, aquele que tem como um dos seus donos nada menos do que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, teve o maior nível de receitas em 2021, com um lucro ajustado de R$ 6,5 bilhões, crescimento de 60% em relação a 2020. Os três maiores bancos privados do País (Itaú, Bradesco e Santander) lucraram R$ 69,5 bilhões em 2021, o maior valor nominal da história, com crescimento de 35% na comparação com 2020.

Em 2021 os bancos estatais não ficaram para trás e também apresentaram recordes de lucros quando, o Banco do Brasil teve um aumento de 51,4% em comparação ao ano de 2020, faturando R$ 21 bilhões. Na mesma esteira de lucros a Caixa Econômica faturou R$ 17,3 bilhões, aumento de 31,1% em comparação a 2020.

Os mais recentes números dos lucros dos bancos, ou seja, no terceiro trimestre de 2022, apresentados em agosto do mesmo ano, ou seja, já quando os bancários se encontravam em campanha salarial, não deixa dúvida que o Brasil é o País predileto dos banqueiros. Somente os quatro grandes bancos brasileiros (Itaú/Unibanco, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) lucraram a bagatela de R$ 26,6 bilhões, 20,5% de crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado.

O lucro dos banqueiros se dá em grande medida graças à política econômica do governo golpista Bolsonaro, voltada a atender os interesses destes parasitas sociais. Em nenhum governo da história do País, as instituições financeiras obtiveram tanto lucro. As altíssimas taxas de juros e os pacotes econômicos do governo garantiram aos monopólios financeiros uma enorme poupança, facilmente constatadas pelos enormes lucros obtidos pelos bancos, mesmo com a crise econômica mundial.

Durante toda a campanha salarial dos bancários a Corrente Nacional Sindical Causa Operária Bancários em Luta e este Diário, denunciavam política das direções sindicais em abandonar a luta pela reposição das perdas salariais aprovando um reajuste que não atendia os interesses da categoria bancária.

A categoria amarga uma crescente perda salarial. Os bancários para que, minimamente, pudessem restabelecer o seu poder de compra deveria ter reajustado os seus salários em pelo menos 100%, sendo que as perdas salarias são muito maiores. Só para se ter uma ideia, com o reajuste de 8% deste ano o piso dos bancários passou a ser um pouco mais do que 3 mil reais, sendo que o salario mínimo para uma família de trabalhadores hoje (conforme reza o art. 7º da constituição federal), não poderia ser menos do que R$ 7.500.

Para justificar o tal acordo, as direções tentam sustentar o rebaixamento salarial da categoria através do argumento de que o País “vive num momento de conjuntura adversa”. Mas, cá pra nós, quando foi que os bancários passaram por um momento não adverso!? Não é de hoje que, entra ano e sai ano, os banqueiros, sempre, endureceram nas campanhas salariais da categoria e, os trabalhadores bancários somente arrancaram as suas conquistas devido a uma intensa luta dos trabalhadores, sempre foi assim. Se não há uma verdadeira mobilização, os patrões nadam de braçada quando o assunto é negociação entre patrões e empregados.

O lucro dos bancos revela que esta foi mais uma derrota dos bancários, onde a política de capitulação das direções do movimento conseguiu ajudar os banqueiros e seus governos a manter o arrocho salarial, apesar da enorme disposição de luta demonstrado pelos bancários.

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