Nos dias 14 e 15 de maio foi realizado na Capital Federal a 17ª Conferência Regional da Fetec/cn (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte) em que foram discutidas e aprovadas resoluções para serem levadas para a 26ª Conferência Nacional e os Encontros dos Bancos Públicos e Privados que se realizará em São Paulo no começo do mês de junho.
A 17ª Conferência Regional da Fetec/cn é parte da organização dos trabalhadores bancários de cada região (no caso da Fetec/cn, engloba sindicatos cutistas das regiões do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Goiás, Acre, Rondônia, Roraima, Pará e Brasília) que se preparam para mais uma Campanha Salarial, cuja data base é no mês de setembro, as resoluções aprovadas nessa 17ª Conferência serão temas a serem debatidas nos Encontros Nacionais dos Bancos Públicos e Privados e na Conferência Nacional, onde serão aprovadas as pautas de reivindicações a serem levadas para as mesas de negociações com os banqueiros, cuja vigência da Convenção Coletiva da categoria 2022/2024 expira no último dia do mês de agosto.
Na plenária final, que se realizou nessa quarta-feira (15), houve, por parte dos diversos sindicatos filiados que mandaram as suas propostas aprovadas nas respectivas assembleias de cada entidade, um consenso em se levar as mais de trinta páginas que contém as propostas, já que não houve nenhuma divergência por parte dos delegados, serem levadas para os encontros e a conferência nacional da categoria. Em apenas quatro tópicos foram apresentados mais de uma proposta, mas por unanimidade na votação na plenária acabaram sendo incorporadas para serem levadas para a nacional. São elas: propostas de índice do INPC + 5% e a proposta (minoritária) do Sindicato de Dourados que propõe INPC + 7%; proposta (minoritária) do Sindicato do Amapá pelo fim do teto da PLR (Participação do Lucro e Resultado) na CCT e nos acordos; proposta (minoritária) do Sindicato de Rondônia de ampliação o índice no IVA e IVR de INPC + 5% para INPC + 15% e, por último, reajustar automaticamente o valor da inflação nos tickets refeição.
Sempre é bom lembrar que os banqueiros são mestre em arquitetar manobras para passar para trás os trabalhadores e a população em toda a parte do mundo; basta olhar a tragédia que está acontecendo no Rio Grande do Sul que, por conta da política neoliberal dos seus representantes no governo do estado de repasse dos recursos públicos para a mão desses parasitas e verificar do que eles são capazes para manter os seus superlucros.
O índice proposto pelas direções sindicais na 17ª Conferência da Fetec/cn, seja do INPC + 5% ou 7%, a serem levadas para a Nacional, não atende, minimamente, às necessidades da categoria bancária. Primeiramente, abandonaram olimpicamente a reivindicação da reposição das perdas salariais que, em certos bancos, chegam a mais de 27%; e também capitulam para os patrões ao reivindicar a inflação do período (INPC) + 5% ou 7% de ganho real, quando é uma tradição do movimento sindical a reivindicação de 20%.
Todo mundo sabe que, em qualquer negociação, é necessário que se proponha um índice alto para se obter um valor satisfatório, principalmente em se tratando dos banqueiros sanguessugas. Esse tipo de proposta já foi provada o seu verdadeiro fracasso. Na Campanha Salarial passada, as direções levaram para a mesa de negociação a proposta de INPC + 5% e o resultado foi INPC + 0,5%, índice esse que, no frigir dos ovos, não cobriu nem mesmo a inflação, já que o acordo com os patrões foi de dois anos.
A categoria bancária vem sofrendo ao longo dos anos um ataque brutal às suas condições de vida, que já resultou em dezenas de milhares de demissões, arrocho salarial, descomissionamentos, sobrecarga de trabalho por falta de pessoal, assédio moral, etc., e há por parte das direções sindicais uma interpretação equivocada da situação política que leva a categoria bancária, uma das mais combativas do País, assim como todos os trabalhadores, a uma posição defensiva diante da situação. Uma avaliação de que não é possível lutar e arrancar mais dos banqueiros. Isso quando a burguesia se vê pressionada pela situação, pela crise provocada pela evolução das derrotas do imperialismo no mundo todo (Ucrânia, “Israel”, África, etc.). É preciso ampliar a denúncia dos lucros bilionários dos banqueiros e da situação de penúria da categoria bancária, e ir para a Campanha Salarial com propostas que realmente atenda as necessidades dos trabalhadores bancários e organizar uma ampla mobilização pelo seu efetivo atendimento.