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Venalidade

Motivos para desconsiderar o que diz a imprensa sobre a Seleção

Imprensa burguesa reproduz a campanha imperialista para desmoralizar o futebol brasileiro

É uma experiência muito desagradável acompanhar a imprensa burguesa, sempre pronta a manipular e dar golpe no povo. Nada se compara a isso quando o assunto é futebol e Seleção Brasileira. Aí, a imprensa deixa de ser puramente caluniosa e venal para se tornar escatológica. Com a proximidade da Copa do Mundo, que começa no próximo dia 20 de novembro, abrir os jornais e assistir aos programas esportivos torna-se ação das mais indigestas, tamanha é a quantidade de impropérios contra o futebol brasileiro.

Na edição dessa quinta-feira (17) deste Diário, escrevemos uma polêmica com uma coluna publicada pelo jornalista Moisés Mendes que acusa o futebol brasileiro – não só a Seleção – de “a mais alienada do mundo”. O nosso futebol é tão ruim que nunca “fez nada de bom para a humanidade” e termina desejando uma nova derrota por 7 a 1. Essa é a opinião de uma pessoa que se diz progressista, a coluna está publicada no DCM.

Opiniões desse tipo, com maior ou menos nível de escatologia, são comuns na imprensa. Nesse caso, o esquerdista Moisés Mendes apenas é um papagaio do que diz a imprensa burguesa. Vale lembrar, essa mesma imprensa burguesa que deu o golpe de Estado no País.

Do esquerdista do DCM e do Brasil 247 passemos para o bolsonarista Milton Neves, conhecido apresentador da rede Bandeirantes. No dia 15 de novembro, ele publicou uma coluna chamada “Seis motivos para NÃO acreditar no hexa do Brasil no Qatar”.

Após elencar os seus motivos, que ele não perde muito tempo explicando, a conclusão a que o leitor chega, se acreditar no que ele diz, é que nós somos os piores do mundo, a pior desgraça que o mundo conhece. Sim, a pior desgraça porque está tratando daquilo onde somos reconhecidos como os melhores do mundo. Ou seja, se nem no futebol somos bons, estamos perdidos. Tem exatamente o mesmo efeito daquele colonizador que convence a colônia de que sua cultura é inferior.

Não vamos aqui debater, um por um, os grandes motivos de Milton Neves. Vamos apenas citar alguns pontos importantes e que ele sequer explica. Ele não explica porque o objetivo é apenas avacalhar a Seleção. Por exemplo, quando afirma que “O Brasil foi muito bem nas Eliminatórias, é verdade. Mas não enfrenta um rival europeu desde a Copa do Mundo de 2018, quando foi derrotado pela Bélgica na Rússia. Ou seja, não sabemos como essa equipe vai se comportar diante das seleções do Velho Continente”, o apresentador não explica que esse fato é um produto da política de boicote dos europeus contra o futebol brasileiro.

Primeiro, o argumento não tem pé nem cabeça, já que a esmagadora maioria dos jogadores são de times europeus e conhecem os jogadores das outras seleções. Pode não ser extamente o mesmo do que enfrentar uma seleção da Europa, mas deve ser considerado. Milton Neves simplesmente esconde esse fato.

Em segundo lugar, a Seleção Brasileira é tão superior a qualquer seleção europeia que, se houvesse jogos oficiais entre o Brasil e algum europeu, tornaria muito evidente essa superioridade.

Essa foi uma política dos europeus para não desmoralizar suas seleções. E mais ainda para facilitar qualquer manipulação de resultados na Copa, como aconteceu em 2018, quando a França sagrou-se campeã depois graças a uma série de resultados garantidos pelo VAR.

Aliás, por falar em França, para Milton Neves, essa seleção é a mais forte da Copa. Diz ainda o absurdo de que a dupla de ataque francesa é a melhor. É um argumento surrealista afirmar uma coisa dessas quando se tem no time do Brasil nove atacantes no auge de suas qualidade técnicas, todos eles com um estilo de jogo brasileiro, ofensivo e criativa.

Coisas como essas são ditas por Milton Neves em seus “seis motivos” e parece que o apresentador nem fica corado de vergonha.

O último de seus “motivos” vale uma citação. Segundo ele, a Seleção não teria apoio popular: “Eu nunca vi uma Copa do Mundo tão ‘escondida’ no Brasil quanto a de 2022. Não sei se foi porque o noticiário político tomou conta nos últimos meses, ou se foi pelo calendário totalmente diferente do que estávamos acostumados. Mas o fato é que boa parcela da população brasileira nem sabe contra quem o Brasil fará o seu primeiro jogo no Qatar.”

Deve fazer muito tempo que o jornalista não sai de casa. Basta um passeio pelas calçadas da cidade e o clima de Copa já está em toda a parte. Na verdade, esse argumento é pura invenção, que ele repete com o simples intuito de desmoralizar a Seleção.

É interessante ler essa ideia vinda de um reconhecido direitista que tudo indica, é apoiador de Bolsonaro. Mostra que quando o assunto é futebol brasileiro há uma unidade entre esquerda pequeno-burguesa e direita contra o futebol.

Essa unidade se dá porque existe uma campanha para desacreditar o futebol brasileiro, orquestrada pelos grandes monopólios capitalistas que não querem o domínio absoluto do Brasil, um país pobre, no esporte mais popular e lucrativo do mundo.

A imprensa burguesa é venal e está comprada para reproduzir essa campanha. A esquerda, sempre disposta a repetir as ideias da burguesia, faz a mesma campanha. Tanto é assim que, no caso da Seleção, a maioria dos argumentos é o mesmo tanto da esquerda como da direita.

O povo brasileiro não deve levar a sério essa campanha. Os jogadores também não. Esse problema é bem aquele retratado por Nelson Rodrigues em uma crônica sobre a Seleção de 70, agradecendo que os jogadores foram para o México para saírem do clima negativo criado pela imprensa nacional. Vejam que não vem de hoje isso e vejam que estamos falando da melhor seleção da história.

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