A imprensa imperialista comemorou a retirada parcial das tropas russas de Kherson, porém não deveriam comemorar. A decisão anunciada pelo ministro da Defesa Sergei Shoigu serve para três propósitos: 1) Demandas táticas relativas à cobertura de infraestruturas; 2) Sérias ameaças a civis; 3) Estratégia de longo prazo em garantir a vitória diante da guerra por procuração.
Os Estados Unidos investiram mais US$ 60 bilhões em assistência militar e financeira para a Ucrânia. A Sputnik comparou esse montante com a indústria da música dos Estados Unidos, que recebeu incentivos no valor de US$ 15 bilhões em 2021, enquanto toda a indústria de produção de filmes e vídeos recebeu US$ 25,1 bilhões. Mais que cinematográfico, esse valor é bem maior que o aplicado em armamentos para as Forças Armadas do Brasil. Atualmente as FFAA recebem aproximadamente orçamento de cerca de US$ 21 bilhões. Desse total, cerca de R$ 17 bilhões foram para a folha de pagamento, o que representa 83,5% do total.
A tática de realocação de tropas para a margem esquerda do rio Dnepr é opção mais racional, pois o regime de Kiev planejava destruir a Represa Kakhovskaya, Portanto, a retirada parcial da região de Kherson é a escolha correta para a reorganização dos efetivos diante da brutalidade dos armamentos ucranianos e loucura dos mercenários, sem qualquer treinamento de guerra e operando sob fortes doses de medicamentos e todo tipo de drogas.
A decisão dos militares russos para realocar tropas na margem esquerda do rio Dnepr, anunciado pelo ministro da Defesa Sergei Shoigu também visa poupar vidas russas, ameaçadas por uma escalada de ataques de mísseis HIMARS. Todo esse cuidado é apontado em relatórios de inteligência. Os planos de Kiev é usar meios de guerra proibidos em Kherson, incluindo mísseis indiscriminados e ataques de foguetes contra a cidade russa e um ataque maciço de mísseis na Barragem de Khakovskaya.
A tática de Moscou em Kherson é a de desgastar Kiev com o cansaço dos exércitos regulares e com a autodestruição dos mercenários. Com a tomada total das tropas ucranianas na margem direita do Dnepr, os efetivos nazistas sofrerão com ataques aéreos precisos e poderão experimentar os ataques da artilharia russa, de grande precisão. Enquanto isso, os russos poderão monitorar a trajetória dos desembarques de equipamentos e quais as novas direções que Kiev tomará.
É preciso sinalizar que essa é uma vitória política de Kiev, mas desacompanhada de um acordo de paz, pois não há nenhum acordo nesse sentido. Porém, ao mesmo tempo, significa que a operação russa atuará no campo da inteligência e apostando no desgaste das tropas despreparadas de Kiev, além de reforçar a retaguarda russa na preservação de vidas de seus compatriotas. Ao contrário de Kiev, que sacrificou 8 de cada dez mortos nessa guerra, sem qualquer garantia ou mesmo vitória efetiva na batalha de Kherson.
Por fim, Moscou organizará uma estratégia de preservação dos territórios já conquistados, assegurando que os civis tenham segurança e os reservistas possam ter tempo de organização e preparo. Importante sinalizar que não houve capitulação ou derrota campal, apenas um redirecionamento dos efetivos e aposta no desgaste nazista.